Leslie causou prejuízos de 58 milhões em 27 concelhos da zona Centro

Primeiro balanço do Governo aponta para 29 milhões de euros de prejuízos em empresas e 11 milhões em casas de primeira habitação. Foram quatro os distritos mais atingidos.

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A tempestade de há 15 dias deixou um rastro de destruição na região Centro do país PAULO NOVAIS/LUSA

É um balanço ainda provisório, mas o primeiro cálculo dá conta de 57,9 milhões de euros em danos causados pela tempestade Leslie, que passou com violência pela zona Centro do país, nos passados dias 13 e 14 de Outubro.

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É um balanço ainda provisório, mas o primeiro cálculo dá conta de 57,9 milhões de euros em danos causados pela tempestade Leslie, que passou com violência pela zona Centro do país, nos passados dias 13 e 14 de Outubro.

O fenómeno meteorológico que provocou 27 feridos, fez 61 desalojados e chegou a deixar milhares de pessoas sem electricidade afectou 27 municípios nos distritos de Coimbra, Aveiro, Leiria e Viseu, tendo particular incidência na Figueira da Foz, onde os prejuízos ascenderam a 31 milhões de euros.

Os dados avançados ao PÚBLICO pelo Ministério do Planeamento e Infraestruturas (MPI), que está a centralizar a informação, mostram que, além da Figueira da Foz, Soure, Montemor-o-Velho, Condeixa-a-Nova e Cantanhede foram os concelhos mais afectados, contabilizando todos estragos entre os 6,9 e os 3,1 milhões de euros.

Na divisão pelo tipo de estruturas afectadas, foi nas empresas que se registou o maior volume de destruição causado por ventos que, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, chegaram a atingir 176 quilómetros por hora. De acordo com os cálculos do Governo, as empresas tiveram prejuízos no valor de 29 milhões de euros, embora o documento do MPI ressalve que, na sua “quase totalidade”, se trate “de unidades de média e grande dimensão, detentoras de seguro para danos”. No entanto, a percentagem de cobertura não é referida.

Depois da tempestade que vergou postes de alta tensão e derrubou centenas de árvores, há também registo de 11 milhões de euros em estragos em casas de primeira habitação, de 7,3 milhões de danos em equipamentos associativos e de 6,8 milhões em património municipal.

Escolas e equipamentos de saúde foram também afectados, tendo a Leslie obrigado ao encerramento temporário de vários estabelecimentos de ensino. Na educação, calcula-se que os estragos cheguem a 1,2 milhões de euros e na saúde a 2,4 milhões.

No levantamento do ministério feito até dia 26 de Outubro entram os municípios de Albergaria-a-Velha, Anadia, Arganil, Aveiro, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Ílhavo, Lousã, Mangualde, Marinha Grande, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Penela, Pombal, Soure, Tondela, Vagos, Vila Nova Poiares, Viseu e Vouzela.

Na sequência da tempestade Leslie, o Governo aprovou várias medidas excepcionais para lidar com a recuperação, como um decreto-lei para simplificar a contratação pública por ajustes directos relacionados com a tempestade. O Conselho de Ministros de 18 de Outubro aprovou também uma resolução para apoiar quem tenha ficado sem casa de primeira habitação e para abrir linhas de crédito de apoio às empresas atingidas, recuperação agrícola e das florestas e também das infra-estruturas afectadas.