Hells Angels: Polícia Judiciária detém mais dois suspeitos

Com estas duas detenções o processo passa a ter 60 arguidos em Portugal, a que se soma um outro homem detido na Alemanha.

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Reuters/Kai Pfaffenbach

A Polícia judiciária (PJ) deteve nesta terça-feira mais dois suspeitos, um dos quais na zona do Porto, no âmbito do processo do grupo de motociclistas Hells Angels, disseram à agência Lusa fontes judiciais e da PJ.

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A Polícia judiciária (PJ) deteve nesta terça-feira mais dois suspeitos, um dos quais na zona do Porto, no âmbito do processo do grupo de motociclistas Hells Angels, disseram à agência Lusa fontes judiciais e da PJ.

Segundo estas fontes, os dois detidos vão ser presentes na quarta-feira ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação. Fonte da PJ acrescentou que as detenções ocorreram no cumprimento de mandados de busca e de detenção destes suspeitos.

Com estas duas detenções o processo passa a ter 60 arguidos em Portugal, a que se soma um outro homem detido na Alemanha.

Em resposta escrita enviada à agência Lusa a Procuradoria-Geral da República confirmou que "foram efectuadas duas detenções no referido inquérito, o qual é dirigido pelo Ministério Público no Departamento Central de Investigação e Acção Penal".

Em Março deste ano, cerca de 20 motociclistas do grupo Hells Angels invadiram um restaurante no Prior Velho, concelho de Loures, para atacar o grupo Red&Gold, criado por Mário Machado. Os dois grupos rivais entraram em confrontos dentro do estabelecimento comercial, com facas, paus, barras de ferro e outros objectos.

O grupo Hells Angels existe em Portugal desde 2002 e, desde então, tem sido monitorizado pela polícia.

Este episódio de violência levou a PJ a desencadear uma operação a nível nacional e a deter, em Julho, 58 elementos do grupo de motociclistas Hells Angels em Portugal (a que se soma um outro na Alemanha), por associação criminosa, tentativa de homicídio, roubo, ofensa à integridade física, posse e tráfico de armas proibidas e tráfico de droga.

Após três dias de interrogatórios, a juíza de instrução criminal Maria Antónia Andrade aplicou a medida de coação de prisão preventiva a 39 dos arguidos, embora três deles pudessem passar a prisão domiciliária com vigilância electrónica.

Até agora apenas um dos arguidos passou para prisão domiciliária, com pulseira electrónica, uma vez que já se encontravam reunidas as condições técnicas e pessoais.

Os 19 arguidos que ficaram em liberdade estão proibidos de sair dos concelhos das respectivas residências, têm de se apresentar periodicamente às autoridades e estão impedidos de contactar com os co-arguidos, à excepção dos casos em que são irmãos ou pai e filho.

Estes arguidos não podem igualmente frequentar espaços dos Hells Angels, participar em concentrações e eventos de motards ou exercer actividades de segurança privada.

Os arguidos estão "fortemente indiciados" por associação criminosa, homicídio qualificado na forma tentada, roubo, ofensas graves à integridade física, ofensas qualificadas à integridade física, posse e tráfico de armas proibidas e tráfico de droga.

A investigação do caso dos Hells Angels está a cargo do Departamento Central de Investigação e Acção Penal e da Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária.