António Costa sobre Tancos: “Falta captura dos ladrões”

Primeiro-ministro fez uma crítica velada às autoridades que têm estado a investigar o caso de Tancos

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António Costa, fotografado nesta sexta-feira nas comemorações do 5 de Outubro, pede aceleração das investigações sobre Tancos Rui Gaudêncio

O primeiro-ministro, António Costa, voltou esta sexta-feira a falar sobre o caso de Tancos. Não só para reafirmar que mantém a confiança no ministro da Defesa, Azeredo Lopes, como para fazer uma crítica velada às autoridades que têm estado a investigar o caso: “Falta esclarecer muita coisa, e desde logo a captura dos ladrões. Devemos confiar em que a justiça faça o seu trabalho e os ladrões propriamente ditos sejam presos.”

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O primeiro-ministro, António Costa, voltou esta sexta-feira a falar sobre o caso de Tancos. Não só para reafirmar que mantém a confiança no ministro da Defesa, Azeredo Lopes, como para fazer uma crítica velada às autoridades que têm estado a investigar o caso: “Falta esclarecer muita coisa, e desde logo a captura dos ladrões. Devemos confiar em que a justiça faça o seu trabalho e os ladrões propriamente ditos sejam presos.”

Até agora, apenas um homem, um ex-fuzileiro ligado ao tráfico de armas e de droga, foi detido por suspeitas da autoria do roubo das armas e munições dos paióis, no Verão passado - sendo certo que não agiu sozinho, e que os seus cúmplices continuam em liberdade. Ao desviar as atenções para o roubo, e não para o reaparecimento das armas encenado pela Polícia Judiciária Militar em colaboração com militares da GNR, chefe do Governo aponta baterias para o Ministério Público e a Judiciária civil, cuja maioria das detenções nestes dois casos diz respeito a elementos das Forças Armadas e da Guarda.

Como o PÚBLICO já noticiou, o Ministério Público optou por investigar o reaparecimento do material roubado - que se deu três meses depois e implicou um acordo de cavalheiros com o ex-fuzileiro para este devolver tudo sem ser preso - num inquérito autónomo do furto. O roubo está a ser investigado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal com o auxílio da Judiciária Civil, que tem visto a sua missão dificultada pelo facto de o juiz de instrução, Ivo Rosa, não ter vindo a permitir algumas diligências que lhe têm sido requeridas pelos investigadores, como a realização de buscas e escutas.

“Quer o ministro da Defesa quer o seu chefe de gabinete já fizeram um desmentido absolutamente categórico de notícias que têm vindo a lume sobre factos que lhes teriam sido imputados”, reafirmou António Costa, à margem das comemorações do 5 de Outubro, que decorrem em Lisboa, na Praça do Município, e no final de uma semana marcada por muitas revelações sobre o que realmente se passou em Tancos.

Ontem ficou a saber-se que um dos envolvidos, o ex-porta-voz da Polícia Militar Vasco Brazão garantiu durante o interrogatório judicial a que foi submetido que o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, foi posto a par de tudo o que dizia respeito à encenação através do seu chefe de gabinete.