Arcozelo recebe primeira vila de circo contemporâneo em Portugal

São três dias repletos de arte circense, onde toda a população pode participar, experienciar e viver uma vida de circo em comunidade.

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Uma vila de circo contemporâneo está a invadir a freguesia de Arcozelo, em Vila Nova de Gaia. Durante este fim-de-semana, a população vai poder experienciar o que é a vida e a arte circense e, ao mesmo tempo, fazer parte dela. As “portas” abrem nesta sexta-feira e a vila vai manter-se dinâmica até domingo, sendo a entrada gratuita.

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Uma vila de circo contemporâneo está a invadir a freguesia de Arcozelo, em Vila Nova de Gaia. Durante este fim-de-semana, a população vai poder experienciar o que é a vida e a arte circense e, ao mesmo tempo, fazer parte dela. As “portas” abrem nesta sexta-feira e a vila vai manter-se dinâmica até domingo, sendo a entrada gratuita.

Esta é a primeira edição do CUPULA Circus Village Festival, o primeiro do género em Portugal, e, além dos espectáculos, quer mexer com a população local tendo, por isso, diversas actividades na freguesia. A companhia italiana Fabbrica C abre nesta sexta-feira à noite as hostilidades com I minu(et)ti, onde investiga o tempo e a sua percepção em forma individual e colectiva.

Entre companhias estrangeiras e nacionais, vão chegar àquela localidade artistas de vários pontos do mundo. “Temos artistas individuais que vêm desde Inglaterra, Brasil, Colômbia, Venezuela, uma companhia italiana, outra companhia francesa, e uma companhia que é um misto entre portuguesa e suíça. E, claro, companhias nacionais”, avançou Bruno Machado, director do festival e presidente da escola que o organiza — Instituto Nacional de Artes de Circo, INAC.

A presidente da Junta de Freguesia de Arcozelo, Maria Adelina Pereira, que, em parceria com o INAC, organiza o evento, assinalou ao PÚBLICO que a vila de circo contemporâneo não seria possível sem a colaboração dos locais. A simbiose entre todos foi desde simples elementos de decoração, como as bandeirinhas que preenchem o espaço, até à recepção dos artistas em casas particulares. “Esta comunidade estava um bocado dispersa e já não se via este espírito de colaboração há muito tempo. As pessoas estão a sentir que há qualquer coisa que está a mexer”, rematou.

Uma vila é “quase como um festival de Verão”, notou Bruno Machado. É poder ter a experiência de um quotidiano de circo, da vida de circo. Para isso, a componente pedagógica também é um dos focos principais da iniciativa. Ali, o público vai poder ter a experiência de participar em masterclasses, neste sábado e domingo de manhã, para aprenderem os mais variados ofícios. A oportunidade de subir a um trapézio ou de andar no arame, são algumas das experiências que o organizador destacou. Para os artistas há ainda workshops mais específicos, onde vão poder aprender com quem melhor sabe pôr em prática a arte do circo contemporâneo.

Da vontade de marcar Arcozelo por algo novo e moderno, nasceu a parceria entre a Junta de Freguesia e o INAC, que, unindo esforços, criaram a primeira vila de circo. As duas entidades pretendem que o projecto dure e que se estenda ainda mais, chegando mesmo a poder atingir as três semanas, em edições futuras. “É o mesmo conceito mas de uma forma mais alargada e mais intensa, podendo chegar até mesmo às outras freguesias de Gaia e quem sabe ao Douro” apontou Bruno Machado, e acrescentou a vontade em manter “o epicentro em Arcozelo, mas tendo esta itinerância que o circo tem sempre inerente e que possa chegar a toda a gente”.

Texto editado por Ana Fernandes