Caixa Geral de Depósitos põe à venda quarteirão na baixa de Lisboa

É mais um banco a pôr à venda o seu património. Depois do BPI e do BCP, é a CGD a colocar no mercado três imóveis em zonas nobres da cidade. Negócio deverá estar concluído até Outubro.

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Edifício do banco na rua do Ouro dr

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai vender três imóveis em Lisboa. Entre eles, destaca-se o quarteirão que o banco tem na rua do Ouro, na baixa da capital. Os outros dois imóveis são terrenos para construção localizados na zona do Areeiro e Telheiras. 

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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai vender três imóveis em Lisboa. Entre eles, destaca-se o quarteirão que o banco tem na rua do Ouro, na baixa da capital. Os outros dois imóveis são terrenos para construção localizados na zona do Areeiro e Telheiras. 

O quarteirão do banco do Estado na rua do Ouro foi praticamente todo reconstruído na década de 1960 e estende-se por uma área de 13.000 metros quadrados. Em comunicado, a Cushman & Wakefield, imobiliária que está a mediar a venda, afirma que o edifício “constitui uma rara oportunidade de promoção de um projecto icónico de luxo — residencial ou turístico — com dimensão, numa localização privilegiada e cada vez mais estratégica do centro histórico da cidade”.

A Caixa pôs ainda à venda mais dois terrenos. Um está localizado junto ao edifício sede da Caixa Geral de Depósitos, na Avenida João XXI, um dos eixos mais importantes da cidade, que liga as avenidas novas à parte oriental da capital, e dispõe de “uma ampla oferta de comércio e serviços” e de transportes públicos.

O terreno, com 1264 metros quadrados, está classificado no Plano Director Municipal (PDM) de Lisboa como Espaço Central e Residencial pelo que poderá ali nascer um projecto residencial “com mais de 7000 metros quadrados de construção acima do solo”, diz a imobiliária. 

O banco, liderado por Paulo Macedo, quer ainda vender um terreno em Telheiras com cerca de 8100 metros quadrados que se localiza em frente às instalações do Hospital das Forças Armadas. 

Entre as mais-valias dos dois terrenos, a imobiliária admite que são localizações residenciais “de referência para os segmentos médio alto e alto”. A venda dos três imóveis deverá estar concluída até Outubro, segundo estima a Cushman & Wakefield. 

A concretizar-se o negócio, a CGD segue o mesmo caminho de outros bancos presentes em Portugal. Ainda no início da semana se soube que o banco BPI vendeu o seu principal e mais antigo imóvel na baixa lisboeta, arrecadando mais de 66 milhões de euros. O conjunto de cinco edifícios do século XVIII, com frentes para as ruas Augusta, do Ouro, do Comércio e de São Julião, foi comprado pela gestora portuguesa de fundos de investimento imobiliários Norfin, através de um fundo alemão. 

O projecto para aquele quarteirão deverá conjugar habitação com retalho e hotelaria, aproveitando o boom turístico que se vive na cidade. É precisamente um hotel que deverá nascer nas actuais instalações do BCP da rua do Ouro. O banco vendeu recentemente o edifício que tinha na baixa ao grupo hoteleiro Sana.

O edifício com seis pisos e uma área total a rondar os 8850 metros quadrados, ocupa quase um quarteirão, confrontando com as ruas do Ouro, de São Nicolau e dos Sapateiros. Segundo avançou o jornal digital Eco, o negócio terá rendido entre 40 e 50 milhões de euros ao banco, não se conhecendo contudo o valor exacto da venda.