Já morreram mais de mil pessoas este ano a tentar cruzar Mediterrâneo

Organização Internacional para as Migrações sublinha perigos da travessia e alerta para o aumento do número de mortos nos últimos dias, vindos da Líbia.

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Só na sexta-feira morreram 204 pessoas no Mediterrâneo EPA /DOMENIC AQUILINA

Mais de mil pessoas perderam a vida em 2018 ao tentar fazer a travessia de barco entre a Líbia e a Europa, informou este domingo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Ainda que inferior ao registado no mesmo período de tempo em 2017, o número de mortos teve um aumento significativo nos últimos dias, numa altura em que a União Europeia esforça-se em chegar a acordo sobre a sua política migratória e de asilo.

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Mais de mil pessoas perderam a vida em 2018 ao tentar fazer a travessia de barco entre a Líbia e a Europa, informou este domingo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Ainda que inferior ao registado no mesmo período de tempo em 2017, o número de mortos teve um aumento significativo nos últimos dias, numa altura em que a União Europeia esforça-se em chegar a acordo sobre a sua política migratória e de asilo.

De acordo com a OIM, 204 pessoas perderam a vida durante a semana passada – só na sexta-feira foram contabilizados 103 mortos, que viajavam num único barco, que se virou a Leste de Tripoli.

“Houve um aumento alarmante de mortes no mar ao largo da costa da Líbia. Os contrabandistas estão a explorar o desespero dos migrantes, que querem sair [rumo à Europa] antes de novas medidas repressivas [da UE] sobre as travessias no Mediterrâneo”, explicou Othman Belbeisi, chefe de missão da OIM na Líbia, citado pela Reuters.

O fluxo de migrantes e refugiados que chegam à Europa tem vindo a descer de forma acentuada desde 2015, de centenas de milhares para milhares. O encerramento de rotas como a que existia entre a Turquia e a Grécia tem levado, no entanto, ao surgimento de outras rotas migratórias, igualmente mortíferas – como é o caso do deserto do Sara, onde se calcula que tenham morrido quase 30 mil pessoas desde 2014.