No Castelo há um novo miradouro sobre a cidade

É um dois-em-um: abre-se a torre da Igreja de Santa Cruz do Castelo, abre-se também um templo quase desconhecido.

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Lisboa ganha esta quinta-feira mais um sítio para lhe admirarem a beleza. A torre da igreja do Castelo foi transformada num miradouro sobre a cidade, de onde há vistas desafogadas sobre São Vicente de Fora, Alfama, Graça, Senhora do Monte, o Mar da Palha e a Outra Banda, as torres de Picoas e a serra de Sintra.

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Lisboa ganha esta quinta-feira mais um sítio para lhe admirarem a beleza. A torre da igreja do Castelo foi transformada num miradouro sobre a cidade, de onde há vistas desafogadas sobre São Vicente de Fora, Alfama, Graça, Senhora do Monte, o Mar da Palha e a Outra Banda, as torres de Picoas e a serra de Sintra.

A criação do miradouro vai permitir a abertura da igreja em permanência, revelando a lisboetas e turistas um templo praticamente desconhecido. “Queremos proporcionar uma experiência interpretativa a quem nos visita”, explica Luís Aguiar, da Signinum, empresa de gestão de património cultural responsável pelo projecto. Na igreja estará uma equipa de oito pessoas para vigiar e dar explicações e todos os dias haverá visitas guiadas.

“Eu faço obras, gasto dinheiro, mas tudo isto tem em vista o quê? Manter a igreja fechada? Esta é a minha bandeira: abrir igrejas sem custos para quem as visita”, diz o padre Edgar Clara, que ainda esta semana lançou obras em São Cristóvão e que também tem Santa Cruz do Castelo a seu cargo. Desde 2015 que o pároco tem vontade de abrir a torre como miradouro, cuja receita de bilheteira vai servir para manter as portas da igreja sempre abertas e para futuros trabalhos de restauro.

Lá dentro é possível ver, por exemplo, uma escultura da Santíssima Trindade, em pedra de Ançã, do século XV. “Esta peça tem uma excelente qualidade”, diz Luís Aguiar, destacando a “delicadeza” com que o artista esculpiu as figuras. Deus, sentado, segura Jesus crucificado e, entre ambos, surge uma pomba branca, símbolo do Espírito Santo. Este tipo de peças, muito frequentes durante os séculos XV e XVI, começou a rarear depois do Concílio de Trento.

Para se subir à torre há que aceder a uma dependência fora da igreja, na qual vai estar a bilheteira e uma loja de recordações. Depois atravessam-se uns corredores estreitos, onde ainda há vestígios de pinturas murais de outros tempos, e escala-se uma escadaria esconsa. No topo, além das vistas, estão também os sinos de bronze do século XVIII (como a igreja), que vão deixar o silêncio a que estiveram votados até agora e passarão a tocar todos os meios-dias.

Os bilhetes para a subida à torre vão custar 3,5 euros e o preço das visitas guiadas será de 5 euros. Também vai ser possível fazer reservas para grupos através do site torredaigrejadocastelo.pt. O miradouro vai ser inaugurado esta quinta ao fim da tarde, com a presença do cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.