Luvas e extintores para o Exército em falta
Governo garante que restante equipamento já foi entregue.
Os concursos para a compra de luvas, extintores dorsais e pás destinados aos militares das Forças Armadas que vão apoiar o combate aos incêndios e as operações de rescaldo ficaram desertos, segundo o Ministério da Defesa.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os concursos para a compra de luvas, extintores dorsais e pás destinados aos militares das Forças Armadas que vão apoiar o combate aos incêndios e as operações de rescaldo ficaram desertos, segundo o Ministério da Defesa.
Os restantes componentes do Equipamento de Protecção Individual (EPI) já foram entregues à Marinha, por empréstimo, e ao Exército, a título definitivo, indica a resposta do Ministério da Defesa a uma pergunta do CDS-PP, enviada no passado dia 10.
De acordo com a informação do Ministério da Defesa, assinada pela chefe de gabinete do ministro Azeredo Lopes, Maria João Mendes, "os concursos para a aquisição de lotes de luvas, extintores dorsais, pás e foições ficaram desertos".
Segundo o documento, disponível no site da Assembleia da República, isso não impediu que se "continuasse com o processo de aquisição dos restantes componentes do Equipamento de Protecção Individual".
Assim, já foram entregues ao Exército 1320 óculos de protecção individual, o mesmo número de capacetes e de pares de botas, de capuzes de protecção florestal e de lanternas de suporte.
O Exército recebeu também 360 ancinhos e igual número de abafadores e de ancinhos de corte e 540 enxadões.
A título de empréstimo, a Marinha recebeu 44 óculos e pares de botas, de capacetes florestais, capuzes de protecção e de lanternas de suporte.
A Marinha recebeu ainda 18 enxadões, e 12 ancinhos, e igual número de abafadores e de ancinhos de corte.
O documento, com data de 25 de Maio, indica que os fatos de protecção individual e camisolas interiores (1320 para o Exército e 44 para a Marinha) seriam entregues até ao dia 24. Na resposta, o ministério da Defesa não refere se os equipamentos em falta serão ainda entregues.
Contactado pela Lusa, o porta-voz do Exército, tenente-coronel Vicente Pereira, confirmou que não tinham sido entregues até hoje as luvas, extintores dorsais, pás e foições, assegurando que mesmo que não venham a ser entregues em tempo útil "a missão não deixará de ser cumprida".
"Temos os nossos materiais e equipamentos, vamos cumprir a missão, tal como cumprimos no ano passado", disse, acrescentando que foram formados 1320 militares do Exército para a operação de apoio ao combate aos incêndios florestais.
Em Abril já tinham sido entregues ao Exército, pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, os capacetes e as botas.
Questionado pela Lusa sobre se os equipamentos em falta serão ainda fornecidos ao Exército e à Marinha, o ministério da Defesa não tinha, até cerca das 19h30, respondido.