Temer vai abdicar de candidatura para apoiar Meirelles

Decisão do Presidente brasileiro deverá ser oficializada ainda nesta terça-feira.

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Michel Temer (à esquerda) e Henrique Meirelles (à direita) Reuters/Adriano Machado

O Presidente brasileiro, Michel Temer, desistiu de se candidatar às eleições presidenciais e vai apoiar o antigo ministro das Finanças, Henrique Meirelles, como candidato do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), disse à Reuters uma fonte oficial do Governo.

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O Presidente brasileiro, Michel Temer, desistiu de se candidatar às eleições presidenciais e vai apoiar o antigo ministro das Finanças, Henrique Meirelles, como candidato do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), disse à Reuters uma fonte oficial do Governo.

Espera-se que Temer anuncie esta decisão numa festa marcada para esta terça-feira, de acordo com a fonte que fez declarações sob anonimato.

As sondagens têm atribuído possibilidades muito reduzidas de vitória tanto a Temer como a Meirelles nas eleições de Outubro. Com os níveis de popularidade em mínimos históricos, Temer terá decidido nos últimos dias abdicar da candidatura.

O Presidente brasileiro tem vindo a defender que os partidos do centro devem juntar-se no apoio a um só candidato, se pretendem ter hipóteses de vitória nas eleições e se querem dar continuidade às suas políticas de equilíbrio orçamental.

A pressão para que Temer desistisse de se candidatar cresceu no interior do PMDB devido às suas reduzidas possibilidades de vitória e numa altura em que os líderes dos partidos aliados avançaram para os seus próprios candidatos.

A menos de cinco meses para as eleições, marcadas para dia 7 de Outubro, os candidatos continuam a trabalhar para construir coligações partidárias e captar a atenção dos eleitores, cada vez mais insatisfeitos com uma classe política ensombrada pelos sucessivos escândalos de corrupção. Os investidores têm também demonstrado preocupação com o desfecho da corrida eleitoral e com o destino das reformas fiscais de Temer.

Temer tem destacado os feitos alcançados na recuperação da maior economia da América Latina, tendo reduzido a inflação e recuperado várias empresas estaduais nos dois anos desde que subiu ao poder na sequência do processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Apesar disso, os seus níveis de popularidade não passam dos 4%, de acordo com a última sondagem do Instituto MDA. O inquérito mostrou também que 71% dos brasileiros consideram que o Governo de Temer é mau ou péssimo.