Líder da Al-Qaeda apela à guerra na mudança da embaixada norte-americana para Jerusalém

Ayman al-Zawahiri, líder da Al-Qaeda e médico egípcio, disse que o "apaziguamento não funciona" e que apenas a "resistência, através da jihad" defenderá os interesses dos muçulmanos a viver em vários pontos de Israel.

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A mudança da embaixada norte-americana em Israel de Telavive para Jerusalém acontece esta segunda-feira LUSA/ABIR SULTAN

O líder da rede terrorista Al-Qaeda Ayman al-Zawahiri apelou à resistência "através da guerra santa" contra os Estados Unidos, a poucas horas da transferência da embaixada norte-americana em Israel de Telavive para Jerusalém.

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O líder da rede terrorista Al-Qaeda Ayman al-Zawahiri apelou à resistência "através da guerra santa" contra os Estados Unidos, a poucas horas da transferência da embaixada norte-americana em Israel de Telavive para Jerusalém.

Num vídeo de cinco minutos intitulado "Telavive também é uma terra de muçulmanos", divulgado no domingo, o médico egípcio, que assumiu a liderança da Al-Qaeda após a morte de Osama bin Laden, em 2011, descreveu a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) como "vendedores da Palestina", considerando que as "negociações e o apaziguamento não serviram os palestinianos".

A embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, reconhecida unilateralmente pelo Presidente norte-americano como capital de Israel, é inaugurada nesta segunda-feira, no dia do 70.º aniversário do Estado judaico, e contará com uma mensagem gravada em vídeo de Donald Trump.

Trump "foi claro e explícito e mostrou o verdadeiro rosto da Cruzada moderna (...) com ele, o apaziguamento não funciona, só a resistência, através da jihad [guerra santa]", de acordo com uma transcrição fornecida pela agência Intelligence Group, especializada na vigilância de sites islâmicos. Segundo o líder da Al-Qaida, os países islâmicos falharam na defesa dos interesses dos muçulmanos ao integrarem as Nações Unidas, uma instituição que reconhece Israel, "submetendo-se às resoluções do Conselho de Segurança da ONU, em vez de seguirem a lei islâmica".

No domingo, véspera da abertura da embaixada dos Estados Unidos, dezenas de milhares de israelitas marcharam em Jerusalém. O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a transferência da embaixada, até agora em Telavive, foram anunciados por Donald Trump a 6 de Dezembro, em consonância com uma promessa eleitoral, mas em ruptura com décadas de consenso internacional.

Apesar da contestação da comunidade internacional e dos palestinianos, os Estados Unidos mantiveram a decisão. Na terça-feira, os palestinianos assinalam o "Nakba", ou "desastre", que designa o êxodo palestiniano em 1948, quando pelo menos 711.000 árabes palestinianos, segundo dados da ONU, fugiram ou foram expulsos das suas casas. Portugal não vai participar na cerimónia de inauguração da embaixada norte-americana em Jerusalém, disse, no domingo, à Lusa, fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.