Putin inaugura quarto mandato presidencial

Reeleito em Março, Presidente russo tomou posse esta segunda-feira no Grande Palácio do Kremlin. Recomendação de Medvedev para a chefia do Governo sugere mandato de continuidade.

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Vladimir Putin iniciou esta segunda-feira o seu quarto mandato presidencial, 18 anos depois da primeira eleição para o cargo. Numa cerimónia realizada no Grande Palácio do Kremlin, em Moscovo, o dirigente de 65 anos jurou “fazer tudo o que puder” para “multiplicar a força e a prosperidade da Rússia”, que disse ser um “fénix”, pela forma como “recuperou o seu orgulho” e o seu lugar de destaque na arena internacional.

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Vladimir Putin iniciou esta segunda-feira o seu quarto mandato presidencial, 18 anos depois da primeira eleição para o cargo. Numa cerimónia realizada no Grande Palácio do Kremlin, em Moscovo, o dirigente de 65 anos jurou “fazer tudo o que puder” para “multiplicar a força e a prosperidade da Rússia”, que disse ser um “fénix”, pela forma como “recuperou o seu orgulho” e o seu lugar de destaque na arena internacional.

Reeleito em Março com mais de 76% das preferências, Putin inaugura aquele que poderá ser o seu último mandato, uma vez que em 2024 alcança o limite previsto pela Constituição. No passado esse impedimento legal foi ultrapassado com a passagem pelo cargo de primeiro-ministro, antes de regressar à Presidência, pelo que os analistas duvidam que esta possa ser a última vez que exerce um cargo político de topo.

Citado pelo El País, Konstantin Gaaze, do Centro Carnegie de Moscovo, prevê que “nos próximos anos o Presidente Putin tentará convencer-nos – e convencer-se a si mesmo – de que está disposto a sair em 2024 e que procura um sucessor”, ainda que essa possa não ser a sua verdadeira intenção. “Para desgraça de todos, as conversas, rumores e insinuações significativas não serão mais do que uma cortina de fumo”, lamenta o analista.

Para já Vladimir Putin não abre o jogo sobre uma possível sucessão e continua a demonstrar que é pela continuidade que a ‘sua’ Rússia se continuará a guiar. Prova disso mesmo foi a recomendação de Dmitri Medvedev – que o “substituiu” na Presidência entre 2008 e 2012 – para o cargo de primeiro-ministro, pouco depois da tomada de posse, esta segunda-feira.

Chegado ao palácio numa limousine de fabrico 100% russo, Putin deslocou-se ao salão Andreievski e, perante cerca de seis mil convidados – entre os quais o ex-chanceler alemão Gerhard Schröder e o actor norte-americano Steven Seagal – e com a mão direita pousada sobre a Magna Carta, jurou “respeitar e defender os direitos e liberdades das pessoas e dos cidadãos”, “cumprir e defender a Constituição da Federação Russa”, “defender a soberania, a independência, a segurança e a integridade territorial do Estado” e “servir o povo russo com lealdade”.

Pouco depois, num discurso, o Presidente reconduzido disse que encara os próximos seis anos com um “colossal sentido de responsabilidade” e afirmou que “servir a população e a pátria” será o “objecto da sua vida”. Prometeu ainda trabalhar para alcançar “progressos em todas as áreas” e revelou que tais aspirações só podem ser conseguidas através de “uma sociedade livre que aceita tudo aquilo que é novo e moderno”.

Foi precisamente sob o mote de uma Rússia livre e contra a perpetuação de Vladimir Putin no poder – entre a chefia do Governo (1999-2000 e 2008-2012) e a Presidência (2000-2008 e 2012-...), soma quase duas décadas de liderança – que no sábado se realizaram manifestações em 19 cidades do país.

Milhares de russos saíram à rua para gritar “Putin não é o nosso czar” e protestar contra a tomada de posse desta segunda-feira. Mais de mil pessoas foram detidas, incluindo Alexei Navalni, o principal opositor do Presidente, impedido de se candidatar às eleições de Março.