Um morto em despiste de autocarro que vinha de viagem de finalistas

O autocarro vinha do Sul de Espanha e capotou no IP2, num troço “com muita sinistralidade” e condições atmosféricas adversas. Mais de 30 pessoas ficaram com ferimentos ligeiros e nenhuma corre risco de vida.

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Um autocarro despistou-se na tarde deste domingo no IP2 em Arez e Amieira do Tejo, perto de Nisa, no distrito de Portalegre, causando pelo menos um morto (um rapaz de 18 anos) e mais de 30 feridos ligeiros. Segundo disse ao PÚBLICO fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Portalegre, o autocarro vinha de Espanha e tinha como destino a Covilhã. Transportava alunos que vinham de uma viagem de finalistas.

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Um autocarro despistou-se na tarde deste domingo no IP2 em Arez e Amieira do Tejo, perto de Nisa, no distrito de Portalegre, causando pelo menos um morto (um rapaz de 18 anos) e mais de 30 feridos ligeiros. Segundo disse ao PÚBLICO fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Portalegre, o autocarro vinha de Espanha e tinha como destino a Covilhã. Transportava alunos que vinham de uma viagem de finalistas.

A bordo do veículo que capotou seguiam 48 passageiros, mais o motorista, segundo indicou fonte do CDOS de Portalegre, que disse ainda que estava a ser prestado apoio psicossocial às vítimas e familiares. O alerta para os serviços de socorro foi dado às 17h56. Nenhuma outra viatura esteve envolvida no acidente. 

O rapaz que morreu tinha 18 anos e morava no Tortosendo, concelho da Covilhã. O secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, deslocou-se ao Hospital de Abrantes e disse ao PÚBLICO que todos os feridos estão fora de perigo. Os jovens que iam no autocarro têm entre 18 e 23 anos e são da zona da Covilhã e de Belmonte. O autocarro que se despistou já foi retirado do local do acidente. 

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NUNO VEIGA/LUSA

Ao PÚBLICO, um responsável da X Travel, a empresa organizadora desta viagem de finalistas, adiantou que mobilizou uma equipa a recolher informações sobre o que aconteceu. A viagem destes estudantes teve como destino a cidade de Huelva, na região espanhola da Andaluzia, onde decorrera o “Festival Village”.

Trata-se de um evento que dura seis dias e, como noticiava na sexta-feira o jornal espanhol El Confidencial, eram esperados cerca de 10 mil adolescentes portugueses na praia de Punta Umbría, para um evento cujas receitas estão calculadas na ordem dos quatro milhões de euros numa só semana, de acordo com fontes citadas pelo mesmo jornal que atribui a organização do evento à portuguesa X Travel Pure Fun, que tem por detrás o criativo João Rosa. 

É, descrevia o Confidencial, "uma máquina de fazer dinheiro que se tornou moda entre os jovens portugueses que procuram despedir-se do secundário num recinto com vistas de mar". 

A Câmara da Covilhã e o Agrupamento de Escolas Frei Heitor Pinto, onde estuda grande parte dos alunos que seguiam no autocarro, já estão a acompanhar a situação. Aníbal Mendes, professor na Escola Frei Heitor Pinto, de onde são originários 35 alunos, estava ao início da noite a caminho do hospital de Castelo Branco, juntamente com um elemento da direcção da escola, para se inteirar da situação dos alunos. Já conversou ao telefone com a presidente da Associação de Estudantes, que seguia no autocarro, e que estava "combalida mas bem”. Os alunos em causa eram do 12º ano, de uma turma de socioeconómicas. 

"A viagem não é organizada por nós, mas naturalmente que faremos tudo para ajudar os alunos, pelo que, vamos imediatamente deslocar-nos ao hospital onde estejam a maioria dos alunos, de modo a percebemos melhor a situação porque a informação que nos chega não é muito clara", disse à Lusa Aníbal Mendes, ao início da noite.

Igualmente contactado pela Lusa, o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, adiantou que o município deste distrito de Castelo Branco já está a estabelecer todos os contactos institucionais e que agirá de modo "a dar todo o apoio possível aos familiares e aos próprios alunos".

Acidente está a ser investigado

As causas do acidente que resultou num capotamento lateral do autocarro ainda não são conhecidas, mas, segundo a Protecção Civil, o acidente deu-se com "condições adversas" e numa zona com "muita sinistralidade". Segundo o comandante distrital de operações de socorro de Portalegre, Rui Conchinha, o acidente ocorreu numa estrada "sempre perigosa e numa zona já com muita sinistralidade".

Questionado sobre as causas do acidente, o comandante distrital de Portalegre disse que as "equipas de peritos da Brigada de Trânsito estão no local a fazer a respectiva peritagem e só eles é que se poderão pronunciar nesse sentido". O acidente está a ser investigado pelo Núcleo de Investigação de Crimes de Acidentes de Viação (NICAV) da GNR.

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NUNO VEIGA/LUSA

Algumas horas depois do acidente, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou “profundamente o acidente de autocarro com jovens estudantes”, dizendo sentir-se “desolado”. Apresentou ainda as suas “mais sinceras condolências à família enlutada e aos amigos do jovem tão tragicamente desaparecido”.

Segundo a Protecção Civil, estiveram no local 102 operacionais, apoiados por 47 viaturas. O helicóptero que foi accionado já deixou entretanto o local. Os feridos foram encaminhados para os hospitais de Portalegre, Abrantes e Castelo Branco. 

O despiste aconteceu no Itinerário Principal 2 (IP2), entre o nó de Arez e a Barragem do Fratel, e o trânsito esteve cortado nos dois sentidos durante várias horas. com Lusa