Serra do Caldeirão, o palco de Costa para mostrar o Governo em movimento

Na aldeia dos Vermelhos, o Governo mostrou o “simbolismo” que pretende imprimir na política da prevenção contra incêndios, do Minho ao Algarve.

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António Costa foi limpar a Serra do Caldeirão este sábado LUSA/LUÍS FORRA

O Governo decidiu ir para o terreno deitar mãos à obra, apresentando as medidas preventivas contra incêndios. A acção, disse o primeiro-ministro, António Costa, é um “gesto simbólico” daquilo que espera que venha a ser feito, de norte a sul do país: limpeza das matas e abertura de faixas de protecção dos montes isolados. “Prevenir agora aquilo que não queremos que aconteça do Verão”, destacou, ao descer do helicóptero, em plena Serra do Caldeirão. “Vamos ao trabalho”, ordenou, e o motor da bulldozer do Exército arrancou.

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O Governo decidiu ir para o terreno deitar mãos à obra, apresentando as medidas preventivas contra incêndios. A acção, disse o primeiro-ministro, António Costa, é um “gesto simbólico” daquilo que espera que venha a ser feito, de norte a sul do país: limpeza das matas e abertura de faixas de protecção dos montes isolados. “Prevenir agora aquilo que não queremos que aconteça do Verão”, destacou, ao descer do helicóptero, em plena Serra do Caldeirão. “Vamos ao trabalho”, ordenou, e o motor da bulldozer do Exército arrancou.

A operação começou neste sábado de manhã nos Vermelhos (Loulé), uma aldeia em plena Serra do Caldeirão que foi arrasada pelas chamas no grande incêndio de 2004, que queimou quase todo o interior da região. De novo, o sítio (freguesia do Ameixial) está na lista das zonas de risco. “Quando há um risco, nós devemos procurar identificá-lo, mitigá-lo de forma a aumentar a segurança de todos”, enfatizou o primeiro-ministro. Para isso, o exercício deste sábado colocou em todo o território um dispositivo com cerca de 1600 militares e máquinas para abrir caminhos.

O chefe do Governo, acompanhado pelo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, apresentou-se preparado para pegar nas ferramentas, mas a chuva não lhe facilitou a tarefa. Saiu de botas enlameadas, a lembrar que houve mobilização geral, com duas dezenas de governantes no campo, numa jornada em defesa da floresta.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai estar no parque do Gerês, numa missão semelhante. “Pela primeira vez em muitos anos está a haver uma consciência muito grande”, sublinhou o primeiro-ministro, referindo a escassez de tempo para limpar árvores e cortar o mato que há ainda para desbravar.

Leonel Pereira, que guarda cabras-sapadoras desde os seis anos na Serra do Caldeirão, foi o centro das atenções. A seu cargo tem cerca de centena e meia de animais e faz prevenção contra incêndios todos os dias. “As cabras comem todos os dias, não distinguem domingos ou feriados.” E do que se alimentam? “Comem tudo o que seja verde.” O desafio que lhe propuseram, no âmbito das novas medidas de prevenção aos fogos, foi tomar conta de cerca de uma centena de hectares de esteva. “Ao fim e ao cabo foi isso que sempre fiz. Mas, agora, prometeram apoio para aumentar o rebanho. Fiz a candidatura, vou esperar para ver se chega alguma coisa. Com a idade que tenho [48 anos], só acredito quando vejo”, observou.

Na freguesia do Ameixial, no limite do concelho de Loulé com o Alentejo, a ocupação do território é de apenas 3,5 habitantes por hectare. A Câmara de Loulé, entretanto, destacou do orçamento uma verba de meio milhão de euros para reforçar as medidas que o Governo anunciou. O objectivo, disse o presidente do município, Vítor Aleixo, é fazer da Serra do Caldeirão um “exemplo” da política de gestão da floresta, envolvendo a associação de produtores florestais da serra do Caldeirão e as associações de caçadores.