No mesmo dia, uma boa e uma má notícia para o Kosovo

Pristina chegou a um entendimento com o Montenegro. No entanto, o Presidente sérvio afastou a possibilidade de um reconhecimento da soberania kosovar.

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O primeiro-ministro do Montenegro, Dusko Markovic, (à esquerda) e o seu homólogo kosovar, Ramush Haradinaj (à direita) Reuters/HAZIR REKA

Esta sexta-feira foi dia de uma boa e uma má notícia para o Kosovo no que respeita ao processo de adesão à União Europeia. Por um lado, Pristina chegou a um entendimento com o Montenegro sobre o acordo estabelecido em 2015 relativamente à demarcação da fronteira entre os dois países. Era uma condição exigida por Bruxelas para uma futura adesão.

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Esta sexta-feira foi dia de uma boa e uma má notícia para o Kosovo no que respeita ao processo de adesão à União Europeia. Por um lado, Pristina chegou a um entendimento com o Montenegro sobre o acordo estabelecido em 2015 relativamente à demarcação da fronteira entre os dois países. Era uma condição exigida por Bruxelas para uma futura adesão.

O acordo terá agora de ser ratificado pelo Parlamento kosovar. A questão já foi motivo de confrontos nas ruas e a oposição ao Governo de Pristina manteve-se contra o acordo de 2015. Chegou a afirmar que o país iria perder oito mil hectares de território, o que se provou ser errado.

Federica Mogherini, alta representante da União Europeia para a Política Externa, mostrou-se satisfeita com a notícia. "Isto mostra que mesmo os assuntos complicados podem avançar. Ficamos satisfeitos com todos os esforços no espírito da boa vizinhança e agora estamos preparados para apoiar a aplicação completa deste acordo", disse, numa conferência de imprensa na Bulgária.

Mas tanbém houve a má notícia. O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, falou pela primeira vez sobre a exigência europeia para que reconheça a soberania do Kosovo e disse que a decisão seria tomada pelos eleitores. Em declarações à Reuters, deixou implícito que isso nunca vai acontecer.

“O povo vai decidir. Mas se acham que vai haver uma maioria [a favor do reconhecimento da independência do Kosovo], eu não teria tanta certeza”, disse. Concluiu: “Temos de olhar para a realidade de hoje e  perceber que [o Kosovo] não é nosso como nos convencemos durante tanto tempo. Mas também não é deles, como querem fazer crer".