Região de Lisboa teve um "pico" de urgências na quarta-feira

Infecções respiratórias predominam nos casos atendidos nos serviços de urgência. Há centros de saúde abertos até mais tarde.

Foto
MARIA JOAO GALA

As urgências hospitalares tiveram o pico de atendimento deste Inverno na quarta-feira, enquanto os centros de saúde da região de Lisboa realizaram cinco mil consultas nos quatro dias de festividades do Natal, com as infecções respiratórias a predominar.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

As urgências hospitalares tiveram o pico de atendimento deste Inverno na quarta-feira, enquanto os centros de saúde da região de Lisboa realizaram cinco mil consultas nos quatro dias de festividades do Natal, com as infecções respiratórias a predominar.

O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), Luís Pisco, admite que, apesar de todos os agrupamentos de centros de saúde terem unidades abertas nos quatro dias de festejos do Natal, “houve uma pressão muito grande sobre as urgências” dos hospitais.

“Houve um conjunto significativo de pessoas que foi às urgências hospitalares e [esse número] veio sempre a aumentar desde dia 23 de Dezembro até dia 27, com um pico de procura muito significativo”, afirmou o responsável em entrevista à agência Lusa.

Segundo os dados da ARS, o hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) foi o que mais episódios de urgência teve, com um pico na quarta-feira, com 963 episódios nesse dia.

O Centro Hospitalar de Lisboa Central (que integra São José e Curry Cabral) registou 864 atendimentos nas urgências na quarta-feira e o hospital Santa Maria teve 876 atendimentos na terça-feira e 825 na quarta-feira.

“A avaliação do Natal foi positiva, face à procura e face ao que vemos em outros países. A resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) face à procura que houve e aos números que tivemos foi bastante boa”, afirmou Luís Pisco, indicando que não foram reportados problemas nas escalas dos profissionais de saúde.

Para o responsável, uma das explicações é o facto de este ano haver “mais médicos e mais enfermeiros do que no mesmo período do ano passado”. Contudo, o presidente da ARS-LVT admite que a ausência de epidemia da gripe também ajudou a que a pressão sobre os serviços de urgência não fosse ainda maior.

Hospitais tiveram de contratar médicos

Ainda assim, os hospitais tiveram de recorrer à contratação de médicos através de empresas para suprir férias de alguns clínicos, mas Luís Pisco disse não ter dados sobre o número de contratações feitas nesta época.

Além das urgências hospitalares, na região de Lisboa e Vale do Tejo há ainda cerca de 65 centros de saúde que estão habitualmente abertos ao sábado e domingo e que nestes quatro dias de festividades do Natal atenderam quase 5500 pessoas.

Luís Pisco explica que neste período de festas foi aumentado o número de recursos humanos nos cuidados de saúde primários e que o mesmo acontecerá nos dias da passagem de ano.

Alguns centros de saúde vão passar a ter horário alargado, como os casos de Almada e Amora, que estarão abertos até às 22h. Uma vez que são muitos centros de saúde, com horários diversos, o presidente da ARS-LVT aconselha os utentes a informarem-se junto do centro de contacto SNS 24 sobre as unidades e horários disponíveis.

Quanto aos motivos que têm levado mais os utentes às urgências ou aos atendimentos permanentes, o responsável da ARS destaca as infecções respiratórias. “Temos uma população muito envelhecida, o que é um sucesso de saúde pública, com as pessoas a viverem cada vez mais. Mas é óbvio que essas pessoas estão fragilizadas e no Inverno o grande problema são as infecções respiratórias e as descompensações das situações cardíacas”, afirmou.