Casos de gripe estão a aumentar, tempos de espera nas urgências também

Vírus dominante é o B, que, por norma, afecta mais as crianças. Mas o tempo frio está a ter impacto nas urgências dos hospitais e nos tempos de espera. SNS 24 já reforçou centro de contacto com mais enfermeiros.

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Nuno Ferreira Santos

Os casos de gripe estão a aumentar. Segundo o último relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), a actividade gripal ainda é esporádica, mas com tendência crescente. Para já, o vírus dominante é o B, que, por norma, afecta mais as crianças. A mortalidade está dentro do esperado para a época.

Ainda segundo o boletim, divulgado nesta quinta-feira, desde o início de Outubro — quando começa a época gripal — até 17 de Dezembro foram reportados pelas unidades de cuidados intensivos que fazem parte da rede sentinela (são 22) quatro casos de internamento por gripe. “Três doentes tinham mais de 65 anos, três não estavam vacinados contra a gripe e no quarto o estado vacinal é desconhecido. Três doentes tinham doença crónica subjacente. Em todos foi identificado o vírus Influenza B”, refere o relatório.

A nível europeu, a maior parte dos países reportou actividade gripal de baixa intensidade, à excepção da França, que disse estar já numa fase moderada. O relatório adianta que desde o início da época foi efectuada a caracterização genética de 172 amostras. Os vírus identificados são os da vacina que foi ministrada, o que significa que haverá maior protecção.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê para os próximos dias tempo frio, com mínimas para Lisboa de 6 e 7 graus até domingo e subida para os 10 graus a partir de segunda-feira. Já no caso do Porto, as mínimas serão de 5 e 6 graus até amanhã, com subida no início da semana.

Nesta quinta-feira, numa consulta ao Portal do SNS, entre as 20h30 e as 21h05, era possível perceber que os tempos de espera nas urgências gerais de alguns hospitais já ultrapassavam o recomendando pela triagem de Manchester para os casos classificados como urgentes e aos quais é atribuída uma pulseira amarela: 60 minutos. Caso dos hospitais de Santa Maria (Lisboa), Loures, Cascais, Torres Vedras, Évora, Abrantes, Leiria, Pombal, Covilhã, Pedro Hispano, São João, Lamego e Amarante, em que a espera para as pulseiras amarelas era de duas ou mais horas. Já nos casos das pulseiras verdes, considerados menos urgentes, o hospital de Torres Vedras era o que apresentava maior espera: uma média de seis horas.

Também as chamadas para o SNS 24 — antiga Linha Saúde 24 — estão a aumentar, com mais casos relacionados com a síndrome gripal. “Estamos a registar, em Dezembro, uma média diária de 2207 chamadas por doença. Destas, 4,6% são chamadas compatíveis com síndrome gripal. São uma média de 102 por dia. O que registamos é que há um ritmo crescente. A 1 de Dezembro tivemos 2005 chamadas por doença, das quais 29 eram relacionadas com gripe. No dia 20 foram 2538 chamadas com 227 por síndrome gripal”, disse ao PÚBLICO Micaela Monteiro, médica responsável pelo SNS 24.

À semelhança de anos anteriores, a equipa foi reforçada. “Em Novembro foram formados enfermeiros para aumentar o número dos profissionais ao dispor do utente através deste centro de contacto SNS 24. No dia 11 de Dezembro, a equipa de enfermeiros que fazem a triagem, aconselhamento e encaminhamento dos utentes foi reforçada, tendo em conta o aumento esperado nesta altura do ano.”

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