EUA acusam Coreia do Norte de ter criado o WannaCry

O vírus infectou milhares de computadores em mais de uma centena de países, afectando o sistema de saúde britânico.

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Bossert acusou o regime norte-coreano através de um artigo de opinião publicado esta segunda-feira Reuters/Jonathan Ernst

O Governo norte-americano acusou publicamente o regime da Coreia do Norte de ser responsável pelo ataque cibernético WannaCry que infectou milhares de computadores em 150 países durante Maio e Junho deste ano e que paralisou partes do sistema de saúde britânico. As informações roubadas pelos piratas informáticos resultaram em milhares de euros em resgates para os responsáveis pela difusão do software malicioso.

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O Governo norte-americano acusou publicamente o regime da Coreia do Norte de ser responsável pelo ataque cibernético WannaCry que infectou milhares de computadores em 150 países durante Maio e Junho deste ano e que paralisou partes do sistema de saúde britânico. As informações roubadas pelos piratas informáticos resultaram em milhares de euros em resgates para os responsáveis pela difusão do software malicioso.

Num artigo publicado na segunda-feira no Wall Street Journal, o conselheiro de Segurança Nacional, Tom Bossert, afirma que a Coreia do Norte foi “directamente responsável” pelo ataque com o vírus WannaCry e que Pyongyang terá de prestar contas por isso. Segundo Bossert, a acusação baseia-se em provas recolhidas e foi confirmada por outros Governos e empresas privadas, incluindo o Reino Unido e a Microsoft. Em Outubro, o presidente da Microsoft afirmou acreditar que a autoria do ataque era da responsabilidade do regime norte-coreano, através de ferramentas roubadas dos EUA.

“A Coreia do Norte tem estado a portar-se especialmente mal e em larga medida, sem ser controlada há mais de uma década, e o seu comportamento malicioso é cada vez mais escandaloso. O WannaCry foi indiscriminadamente imprudente”, escreveu Bossert.

“À medida que tornamos a Internet mais segura, vamos continuar a responsabilizar aqueles que nos fazem mal ou que nos ameaçam, quer ajam sozinhos ou em nome de organizações criminosas ou de nações hostis”, lê-se no mesmo artigo. “As caixas de ferramentas dos regimes totalitários são demasiado ameaçadoras para serem ignoradas”, sublinha.

Acrescenta o The Guardian que um membro da administração americana foi citado a revelar que os EUA suspeitam “com um grande nível de confiança” de que o ataque é obra do Lazarus Group, uma organização de ciberataques que trabalha para Pyongyang e que também terá sido responsável pelos ciberataques aos sistemas informáticos da Sony Pictures, depois de o estúdio ter produzido um filme de comédia e satírico sobre o regime norte-coreano. The Interview, protagonizada por James Franco e Seth Rogen, tem como “vilão” Kim Jong-un, o líder da Coreia do Norte.

Espera-se que a Casa Branca publique esta terça-feira um comunicado com a acusação oficial.