13 armadores levantaram caderno de encargos

Preços para não residentes na Madeira deverão rondar os 80 euros por percurso. Automóveis pagam 120 euros.

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Além da Mutualista Açoriana, que pediu a prorrogação do prazo do concurso, entre as empresas que levantaram o caderno de encargos do concurso contam-se várias nacionais como a Vieira e Silveira, a Transdev Douro, Transinsular, Navegar ou ENM e algumas internacionais como a grega  Hellenic Shipping, a alemã FRS Europe Holding KG ou a estónia Tallink Grupp AS.

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Além da Mutualista Açoriana, que pediu a prorrogação do prazo do concurso, entre as empresas que levantaram o caderno de encargos do concurso contam-se várias nacionais como a Vieira e Silveira, a Transdev Douro, Transinsular, Navegar ou ENM e algumas internacionais como a grega  Hellenic Shipping, a alemã FRS Europe Holding KG ou a estónia Tallink Grupp AS.

Segundo o caderno de encargos, o navio-ferry a ser utilizado terá que ter menos de 30 anos e navegar à velocidade mínima de 21 nós (perto de 40 km/h) o suficiente para cumprir a ligação entre a Madeira e o continente em menos de 24 horas.

O regulamento do concurso obriga a que o navio tenha capacidade para pelo menos 300 passageiros e navega sob bandeira comunitária.

As especificações técnicas do ferry a ser apresentado pelos concorrentes também são balizadas – máximo de 175 metros de comprimentos e calado a não inferior a 6,5 metros – para garantir a operacionalidade do porto do Funchal.

Em relação ao porto de destino, assumindo o Funchal como partida, não há obrigações, podendo o armador escolher entre Portimão (mais próximo), Setúbal, Lisboa ou mesmo Leixões.

Além dos três milhões anos de indemnização compensatória, a redução de taxas portuárias na Madeira para mínimos resulta num apoio indirecto acrescido a rondar um milhão de euros/ano, durante o período de concessão (três anos).

Se o armador será apoiado, os passageiros residentes no arquipélago vão também ser incentivados a utilizar o ferry. Os valores anunciados para quem reside na região são de 25 euros por trajecto, sendo que os universitários a estudar no continente pagam apenas 20 euros por percurso. Para os não residentes, os valores deverão rondar os 80 euros por trajecto.

Em relação aos automóveis, as viaturas ligeiras viajam por 120 euros (60 euros para veículos eléctricos), com as motas a pagarem 35 euros por percurso e as bicicletas a terem lugar a bordo sem pagar.

Valores mais reduzidos do que os praticados pelo Naviera Armas, entre 2008 e 2012, quando os passageiros pagavam 110 euros pelo bilhete mais barato, e os automóveis tinham um custo de 160 euros.

Para lá dos passageiros, cujo movimento foi sempre sazonal – o Verão representava mais de metade da procura – o core business da operação será o transporte de automóveis e a carga rodada. Além de encurtar o tempo de viagem das mercadorias entre a Madeira e o continente (cerca de quatro dias por transitário) e emagrecer a factura do consumidor final, vai permitir a entrada e saída de produtos frescos a valores mais competitivos do que os praticados pela carga aérea.

Pode também, dizem os defensores da operação, servir para pressionar os preços das passagens de avião, principalmente nas épocas altas em que o voo Funchal-Lisboa-Funchal pode atingir facilmente os 500 euros.