Sobrinhos de Nicólas Maduro condenados a 18 anos de prisão nos EUA

Os dois homens de 32 e 31 anos foram detidos no Haiti em 2015 e acusados de tráfico de droga.

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Dois sobrinhos da mulher do Presidente venezuelano, e por afinidade também sobrinhos de Nicólas Maduro, foram acusados de tráfico de droga e condenados a 18 anos de prisão nos EUA esta quinta-feira. Franqui Francisco Flores de Freitas, de 32 anos, e Efraín Antonio Campo Flores, de 31, eram acusados de tentar importar 800 quilos de cocaína para território norte-americano. De acordo com a acusação, os dois homens confessaram o crime e detalharam que o dinheiro se destinava a combater a oposição do Governo venezuelano.

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Dois sobrinhos da mulher do Presidente venezuelano, e por afinidade também sobrinhos de Nicólas Maduro, foram acusados de tráfico de droga e condenados a 18 anos de prisão nos EUA esta quinta-feira. Franqui Francisco Flores de Freitas, de 32 anos, e Efraín Antonio Campo Flores, de 31, eram acusados de tentar importar 800 quilos de cocaína para território norte-americano. De acordo com a acusação, os dois homens confessaram o crime e detalharam que o dinheiro se destinava a combater a oposição do Governo venezuelano.

Os sobrinhos de Cilia Flores, mulher de Nicólas Maduro, foram detidos pela brigada anti-drogas dos EUA no Haiti há dois anos, em Novembro de 2015. 

A Justiça norte-americana pedia uma pena de 30 anos, mas os advogados dos dois acusados apelaram a uma pena mais curta, utilizando um argumento pouco comum. De acordo com a defesa, os dois criminosos não eram muito “astutos” e a sua falta de jeito para o tráfico foi fatal. John Zach, advogado de Campo Flores, insistiu na pouca inteligência dos dois homens como principal argumento para redução de pena, argumentando que a parca capacidade intelectual do seu cliente era tal “que era quase embaraçoso”, contava o Guardian a Novembro de 2016, data em que o julgamento arrancou. Pela mesma data, a acusação concordou que tinha “sobrestimado” o poder e influência dos dois criminosos.

O argumentou pareceu convencer o tribunal federal de Manhattan e o juiz Paul Crotty, responsável pela condenação desta quinta-feira concordou que uma pena de 30 anos seria “excessiva”, justificando que os dois venezuelanos não tinham registo criminal, cita a Associated Press.

“Sei que cometi erros muito graves”, reflectiu Campos Flores antes da leitura da sentença esta quinta-feira, dirigindo um pedido de desculpas à sua mulher e filhos, cita a Reuters. “Sempre fui boa pessoa. Até mesmo na prisão tentei ajudar aqueles que estavam em pior condição psicológica do que eu”, apontou Flores de Freitas, que pediu ao juiz para ser transferido para a Venezuela, para poder estar perto do filho.

A Venezuela acusou os EUA de rapto e afirma que a acusação norte-americana tem como objectivo fragilizar o Governo de Maduro. Advogada, a primeira-dama da Venezuela é um dos membros da Assembleia Constituinte, depois de ter presidido à Assembleia Nacional durante cinco anos, e foi acusada de nepotismo por ter empregado 30 familiares.