Uniself, a empresa que distribui 3,5 milhões de refeições escolares por mês

Presidente da empresa alvo de maiores críticas defende-se: em cerca de 10,5 milhões de refeições, receberam 163 queixas.

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As cantinas da Uniself são as que têm mais queixas no Ministério da Educação Nelson Garrido

Quando este ano ganhou o concurso público das refeições escolares do Ministério da Educação a Uniself tornou-se a empresa dominante deste mercado. Gere neste momento um total de 830 cantinas e fornece 3,5 milhões de refeições por mês.

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Quando este ano ganhou o concurso público das refeições escolares do Ministério da Educação a Uniself tornou-se a empresa dominante deste mercado. Gere neste momento um total de 830 cantinas e fornece 3,5 milhões de refeições por mês.

Das 1148 cantinas do 2.º e 3.º ciclo e ensino secundário que estão sob responsabilidade do Ministério da Educação (ME), a maioria (776) tem gestão adjudicada a empresas. Dessas, a Uniself fornece 600. Este número representa metade do número total das cantinas do ME. 

A Uniself gere ainda as refeições de 230 escolas do pré-escolar e primeiro ciclo, pelas quais as autarquias são responsáveis, mas neste campo não domina, já que se trata de um universo de milhares de estabelecimentos; segundo o ME há cerca de cinco mil escolas públicas em Portugal.

É também a Uniself que tem sido alvo de maiores críticas. Desde que se iniciou o ano lectivo em Setembro, teve que enfrentar vários problemas, como greves de trabalhadores (no Norte) ou queixas sobre comida feitas por alunos que trouxeram para cima da mesa o debate sobre as cantinas escolares, a maioria delas feitas ao ME.

Mas em entrevista por email ao PÚBLICO, Mateus da Silva Alves, presidente do conselho de administração da empresa, responde: “Nestes três meses [lectivos] foram registadas 163 reclamações para uma média mensal de 3,5 milhões de refeições distribuídas. Estamos a analisar as reclamações e a proceder, se for caso disso, às consequentes correcções, porque trabalhamos diariamente para que este número diminua.”

Sobre as queixas de falta de pessoal, e da greve de trabalhadores, o presidente explicou que “os contratos efectuados têm cláusulas obrigatórias de transferência de pessoal”, que a Uniself teve “necessariamente de absorver”, “assegurando as condições contratuais definidas”.

A Uniself tem 3500 colaboradores nos refeitórios: 60% estão efectivos e 40% têm contrato a prazo. A média salarial é de 702 euros, diz Mateus da Silva Alves. Garante que “neste momento não há nenhum funcionário com menos de 20 horas por semana”.

Nos últimos dez anos, a empresa criada em 1981 e que actua em outras áreas como as refeições para hospitais, tem feito a distribuição de uma média 200 mil refeições diárias. Porém, sobre as queixas nas escolas  que se sucederam, o empresário responde que são situações que “estão a ser analisadas com especial atenção porque as equipas são as mesmas - e se eram competentes até Setembro, acreditamos que assim se mantêm”, responde.

A empresa garante que as práticas de produção de refeições “estão em conformidade com padrões muito elevados de segurança e de qualidade”, padrões “frequentemente mais exigentes do que a própria legislação europeia actual”.