Santana critica falta de visão do Governo

Candidato à presidência do PSD critica aumento da derrama e do IRC proposto pela esquerda para o próximo Orçamento do Estado.

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Santana Lopes encontra-se na Madeira a fazer campanha para as eleições internas do PSD Nelson Garrido

Pedro Santana Lopes considera “uma falta de visão significativa” anunciar um aumento de impostos, como aquele que, segundo sustenta, o Governo está a fazer através do Orçamento do Estado para 2018, numa altura em que o crescimento da economia portuguesa é de 2,5% no terceiro trimestre.

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Pedro Santana Lopes considera “uma falta de visão significativa” anunciar um aumento de impostos, como aquele que, segundo sustenta, o Governo está a fazer através do Orçamento do Estado para 2018, numa altura em que o crescimento da economia portuguesa é de 2,5% no terceiro trimestre.

“Os investidores estão muito atentos e a nível europeu é muito importante crescer acima dos 3%”, argumentou o candidato à liderança do PSD, à margem de uma visita ao Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM), onde iniciou um dia dedicado a contactos com militantes social-democratas no arquipélago.

Dois dias depois de ter elogiado o trabalho do ministro das Finanças, Mário Centeno, Santana muda o tom para comentar os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística, sobre a evolução da economia portuguesa, e que considera ficar aquém das expectativas.

“Dá sinais errados da parte do Governo, nomeadamente pela condescendência com as exigências dos outros partidos que apoiam o governo”, aponta Santana Lopes, acrescentando que “embora os números não sejam motivo de preocupação”, é necessário haver medidas no próximo Orçamento do Estado que favoreçam o investimento, para que o país cresça acima da média europeia.

“Portugal precisa cada vez mais, como de pão para a boca, de investimento, para gerar emprego e fazer crescer a economia, para que cheguemos pelo menos a média europeia”, afirma, sustentando que o que se vê é precisamente o contrário. 

“O que se anuncia agora no Orçamento do Estado é uma maior derrama estatal e a subida do IRC, o que é de uma falta de visão muito significativa e só existe por cedência aos outros parceiros da coligação”, sublinha, avisando que o país vai pagar, “mais tarde ou mais cedo” o facto de ser governado por uma frente política de esquerda. “Pagamos por não estarmos a crescer ao nível que todos nós almejamos”, 

disse aos jornalistas, antes de partir para o Funchal, onde visitou uma das áreas atingidas pelos incêndios de Agosto de 2016.

Sempre acompanhado por Sara Madrugada da Costa, deputada em São Bento e mandatária regional do candidato, Santana Lopes fez um períplo pelos temas que mobilizam o PSD-Madeira e o governo regional. Na zona franca, que o executivo madeirense e os social-democratas consideram que não é devidamente defendido por Lisboa, Santana destacou o “contributo” para a economia regional e nacional que do investimento estrangeiro ali criado, defendendo que o CINM deve ser “respeitado e elogiado”.

Santana Lopes, considera também que há espaço para mais autonomia para a Madeira e para os Açores. “A autonomia é um concento dinâmico, que deve atender às circunstâncias próprias de cada tempo e às aspirações dos cidadãos e governo autonómico”, explicou, exemplificando com os impostos. “Em matéria fiscal acho que há aprofundamentos para fazer. Até onde iremos, é algo que teremos que trabalhar com as autoridades regionais.”

Após uma passagem, já durante a tarde pelo local onde para onde está projectado o novo hospital – outro dos braços de ferro entre Funchal e Lisboa -, o candidato reuniu-se com as estruturas dos TSD e JSD regionais, antes de fechar o dia numa sessão de esclarecimento destinada a militantes.