Chefe da diplomacia angolana ordena inspecções a dois organismos

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João Lourenço, Presidente de Angola LUSA/Fernando Villar

O novo ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, ordenou inspecções a dois organismos governamentais que tutela, informou à Lusa fonte da diplomacia angolana.

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O novo ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, ordenou inspecções a dois organismos governamentais que tutela, informou à Lusa fonte da diplomacia angolana.

Em causa estão dois despachos assinados na sexta-feira, 10 de Novembro, pelo governante, ordenando a "instrução de duas inspecções profundas e rigorosas" ao Instituto das Comunidades Angolanas no Exterior e Serviços Consulares (ICAESC) e à Direcção de Recursos Humanos do mesmo ministério.

Estas inspecções serão feitas pela Inspecção-Geral do Ministério das Relações Exteriores, liderada pelo embaixador António Luís de Sousa de Lima Viegas, e os resultados "deverão ser apresentados no prazo de 45 dias", não tendo sido adiantados explicações sobre eventuais suspeitas.

Os directores dos órgãos executivos centrais e chefes das missões diplomáticas e consulares de Angola foram informados em Outubro que "estão suspensas todas as operações financeiras" solicitadas, por orientação do ministro Manuel Augusto, e que eventuais violações a esta determinação envolverão responsabilização "disciplinar, civil, financeira e/ou criminal".

Até às eleições gerais de 23 de Agosto, Manuel Augusto foi secretário de Estado do então chefe da diplomacia angolana, Georges Chikoti, tendo sido promovido a ministro pelo novo Presidente angolano, João Lourenço.

O chefe de Estado, no seu discurso de investidura, a 26 de Setembro, garantiu que o combate ao crime económico e à corrupção será uma "importante frente de luta" e a "ter seriamente em conta" no mandato de cinco anos que agora inicia.

"A corrupção e a impunidade têm um impacto negativo directo na capacidade do Estado e dos seus agentes executarem qualquer programa de governação. Exorto por isso todo o nosso povo a trabalhar em conjunto para estripar esse mal que ameaça seriamente os alicerces da nossa sociedade", afirmou João Lourenço, que recentemente exonerou as administrações das empresas públicas de comunicação social.