Consultora que fez estudos para Agência de Qualificação diz que o seu "bom nome" foi afectado

Quaternaire diz em comunicado que nas empresas que trabalham na sua área "é evidente" que a maior parte da actividade "dirige-se ao sector público".

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"Políticas urbanas e emprego, competências e formação profissional" são algumas das áreas de estudo da consultora Jorge Silva

A Quaternaire Portugal, SA reagiu em comunicado à notícia do PÚBLICO, desta segunda-feira, que conta como o Estado assinou dezenas de contratos com esta consultora onde trabalhou, em diferentes momentos, Paulo Feliciano, o actual vice-presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional. Na mesma notícia do PÚBLICO dá-se conta de que o Ministério Público confirmou que abriu um inquérito para investigar a relação entre a Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional, de que Feliciano foi também vice-presidente, e a Quaternaire. Em causa  estarão sobretudo contratos celebrados no âmbito da elaboração do Sistema de Antecipação de Necessidades de Qualificação, que foi adjudicado por aquela agência pública à empresa de consultoria. Num comunicado organizado em quatro pontos, a Quaternaire entende que a notícia, feita “a partir de elementos factuais”, tem “imprecisões”. Mas não refere quais. A Quaternaire considera ainda que o "bom nome" da empresa foi prejudicado.

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A Quaternaire Portugal, SA reagiu em comunicado à notícia do PÚBLICO, desta segunda-feira, que conta como o Estado assinou dezenas de contratos com esta consultora onde trabalhou, em diferentes momentos, Paulo Feliciano, o actual vice-presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional. Na mesma notícia do PÚBLICO dá-se conta de que o Ministério Público confirmou que abriu um inquérito para investigar a relação entre a Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional, de que Feliciano foi também vice-presidente, e a Quaternaire. Em causa  estarão sobretudo contratos celebrados no âmbito da elaboração do Sistema de Antecipação de Necessidades de Qualificação, que foi adjudicado por aquela agência pública à empresa de consultoria. Num comunicado organizado em quatro pontos, a Quaternaire entende que a notícia, feita “a partir de elementos factuais”, tem “imprecisões”. Mas não refere quais. A Quaternaire considera ainda que o "bom nome" da empresa foi prejudicado.

No seu texto, começa por confirmar que Paulo Feliciano “integrou os quadros” desde 1999, “tendo exercido funções de consultor e posteriormente de coordenador em exclusividade nos seguintes períodos: de Julho de 1999 a Março de 2001; de Abril de 2002 a Junho de 2005; de Junho de 2011 a Janeiro de 2016”.

O comunicado nota que “sempre foi política da empresa não colocar obstáculos aos pedidos de requisição para o exercício de funções públicas”. Paulo Feliciano saiu da Quaternaire em diferentes momentos, para exercer funções de assessor do secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional (entre 2001 e 2002 e 2005 e Janeiro de 2007). No início de 2007, e até Maio de 2011, voltou ao sector público: foi vice-presidente da Agência Nacional para a Qualificação. Em Janeiro de 2016 foi nomeado “vice” do IEFP, encontrando-se de licença sem vencimento da empresa.

A Quaternaire “presta serviços em domínios diversificados, como o planeamento estratégico, a avaliação de programas e políticas, o ordenamento do território, a cultura, as políticas urbanas e o emprego, competências e formação profissional”, sublinha o comunicado. “Como é evidente, e como sucede com a generalidade das empresas deste tipo, uma parte substancial — de facto, a maior parte — da sua actividade dirige-se ao sector público", acrescenta.

A empresa rejeita assim “todas as insinuações dolosas” que considera que são “veiculadas pela notícia” do PÚBLICO. E lamenta não ter sido ouvida. Para esta notícia foram ouvidos Paulo Feliciano, o presidente da Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional, Gonçalo Xufre, e o anterior responsável pela agência, Luís Capucha. E a Procuradoria-Geral da República confirmou a investigação noticiada.