Iñarritu recebe Óscar especial pela "poderosa e visionária experiência" Carne y Arena

Os espectadores descobrem-se, pela tecnologia de realidade virtual, no deserto de Sonora às primeiras horas da manhã. Como se estivessem a tentar passar pela fronteira EUA-México. Uma "poderosa e visionária experiência" narrativa segundo a Academia de Hollywood.

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Dois filmes seus, Birdman e The Revenant, já foram premiados com o Óscar, em 2015 e 2016, e deram-lhe também o prémio do melhor realizador. Agora a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anuncia que atribui a Alejandro Gonzalez Iñarritu um Óscar especial pela instalação virtual que o cineasta concebeu. Carne y Arena - carne e arena - é baseada em testemunhos reais, dos imigrantes que tentam chegar aos Estados Unidos através do deserto de Sonora. Segundo John Bailey, presidente da Academia, Iñarritu e o director de fotografia Emmanuel Lubezki "abriram novas portas à percepção do espectador". É uma "poderosa e visionária experiência" narrativa de seis minutos e meio.

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Dois filmes seus, Birdman e The Revenant, já foram premiados com o Óscar, em 2015 e 2016, e deram-lhe também o prémio do melhor realizador. Agora a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anuncia que atribui a Alejandro Gonzalez Iñarritu um Óscar especial pela instalação virtual que o cineasta concebeu. Carne y Arena - carne e arena - é baseada em testemunhos reais, dos imigrantes que tentam chegar aos Estados Unidos através do deserto de Sonora. Segundo John Bailey, presidente da Academia, Iñarritu e o director de fotografia Emmanuel Lubezki "abriram novas portas à percepção do espectador". É uma "poderosa e visionária experiência" narrativa de seis minutos e meio.

Carne y Arena foi apresentada pela primeira vez no Festival de Cannes - num hangar do aeroporto de Mandelieu, a 15 minutos de carro da Croisette, os espectadores, poucos de cada vez, descalçavam-se, recebiam uma mochila e eram entregues à areia; descobriam-se, pela tecnologia, no deserto de Sonora às primeiras horas da manhã, no meio de fugitivos exaustos, dos seus "passadores", debaixo de helicópteros que atiram luz sobre as cabeças (e subitamente os guardas reparam que estavam ali, ordenam que se ajoelhassem... ). Um festival de cinema, justificou o delegado geral Thierry Frémaux, não podia deixar de abraçar os novos desafios que se apresentam, não podia deixar de espreitar o futuro.

Carne y Arena está neste momento disponível para os espectadores de Los Angeles (bilhetes esgotados há meses), Milão, na Fundação Prada, e na Cidade do México.

Iñarritu conheceu e entrevistou refugiados da América Central e do México, os testemunhos assombrara-no - citamos a BBC. Por isso quis que o espectador da sua obra fosse um participante, que "passasse pela experiência directa dos pés dos imigrantes, que estivesse na sua pele, nos seus corações". Diz John Bailey, referindo-se ao objecto  que a Academia vai premiar numa cerimónia no dia 11 de Novembro, no 9th Annual Governors' Awards: Carne y Arena, a experiência de arte e cinema multimedia, "é uma aventura profundamente emocional e física em direcção ao mundo dos imigrantes que atravessam o deserto à primeira luz da manhã. Mais do que um marco artístico no ainda emergente formato da realidade virtual, liga-nos de forma visceral a questões prementes da realidade política e social da fronteira EUA-México".