Faltou “apoio político”, queixa-se ex-líder da unidade de valorização do interior

Helena Freitas revela agora as razões da sua demissão em Julho.

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Rui Gaudencio

Helena Freitas, bióloga, professora na Universidade de Coimbra e ex-deputada do PS, revelou nesta terça-feira que foi por falta de “apoio político” que se demitiu em Julho da liderança da Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI).

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Helena Freitas, bióloga, professora na Universidade de Coimbra e ex-deputada do PS, revelou nesta terça-feira que foi por falta de “apoio político” que se demitiu em Julho da liderança da Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI).

“O território precisa de uma estrutura política forte, que claramente não tinha. Do ponto de vista político é preciso mais”, disse Helena Freitas ao Jornal de Notícias.

A bióloga até admite que pode ter sido ela a não compreender o trabalho que o primeiro-ministro esperava dela (“o equívoco pode muito bem ser meu”), mas lamenta que as suas propostas tenham ficado na gaveta. “A minha frustração foi demasiado grande”, acrescenta Helena Freitas, que se demitiu em Julho, já depois da tragédia de Pedrógão Grande. “Senti que seria preciso muito mais e eu não tinha capacidade.”

Questionada sobre se procurou apoio junto do primeiro-ministro, Helena Freitas foi evasiva: “Essa é uma mágoa que guardo para mim.”

Helena Freitas tomou posse em Março de 2016 como coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior, unidade que é agora liderada por João Paulo Catarino e cuja sede foi mudada para Pedrógão Grande.

A unidade foi instituída para pôr em prática uma das prioridades do programa do Governo, a “afirmação do ‘interior’ como um aspecto central do desenvolvimento económico e da coesão territorial, promovendo uma nova abordagem de aproveitamento e valorização dos recursos e das condições próprias do território e das regiões fronteiriças, enquanto factores de desenvolvimento e competitividade”, lê-se no despacho que nomeou Helena Freitas como coordenadora da unidade.