Museu de Yves Saint Laurent abre ao público em Marraquexe

Depois de Paris, onde o designer vivia, é a vez de Marraquexe onde tinha a sua casa de férias.

Fotogaleria

Parte do legado da carreira de 40 anos de Yves Saint Laurent, de 1962 até 2002, seis anos antes de morrer, vai estar exposto no museu com o nome do criador em Marraquexe. A inauguração é nesta quinta-feira.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Parte do legado da carreira de 40 anos de Yves Saint Laurent, de 1962 até 2002, seis anos antes de morrer, vai estar exposto no museu com o nome do criador em Marraquexe. A inauguração é nesta quinta-feira.

“Marraquexe ensinou-me a cor. Antes de Marraquexe tudo era negro”, confessou o designer que comprou uma casa de férias em 1966, na capital de Marrocos. A poucos passos da sua casa, a Villa Oasis, e mesmo ao lado do Jardim Majorelle encontra-se o museu construído em terracota e desenhado pelos arquitectos do Studio KO. Aqui estão expostos cerca de mil itens do trabalho de Yves Saint Laurent.

Este projecto da Fundação Pierre Bergé - Yves Saint Laurent foi liderado pelo companheiro de vida e de negócios do designer francês, Pierre Bergé, que morreu no início de Setembro deste ano. Assim que aquele terreno perto de casa do criador foi posto à venda, a fundação comprou-o.

A ideia surgiu em 2010, quando uma exposição temática sobre o criador francês esteve no Museu da Cultura Berbere, em Marraquexe. "Foi um sucesso, fez sentido construir um museu", justifica Björn Dahlström, director do novo museu, à Harper's Bazaar.

Para além deste espaço que vai ser agora inaugurado, há uma semana abriu em Paris o atelier do designer. "Os dois museus mostram a dualidade de Saint Laurent: as peças escuras e coloridas, o clássico e o barroco, a linha minimal, mas também a de inspiração árabe", enumera Dahlström.

O museu que se encontra na capital marroquina capta a carreira aventureira do costureiro, desde a primeira capa da revista Life dedicada ao seu trabalhoaté ao seu último desfile em 2008. Ali é possível ver a icónica colecção Mondrian de 1965, ou seja, os vestidos de cocktail impressos com as pinturas abstractas do artista francês Piet Mondrian.

Mas há também vestidos inspirados em Pablo Picasso e um casaco bordado à mão que remete para uma pintura de Vincent Van Gogh – este foi a peça de moda mais cara do ano em que foi criada (1988), então foi vendida por 500 mil francos (cerca de 435 mil euros).

"Tudo está ligado à arte", observa Dahlström que considera Saint Laurent um artista e não um designer de moda. "O objectivo é mostrar o que Saint Laurent traz à moda. Ele vinha aqui [a Marraquexe] duas vezes por ano para projectar as suas colecções", conta. "Paris foi o seu lugar de criação, mas Marraquexe foi o seu lugar de inspiração", acrescenta.

Para aqueles que querem ter um olhar mais profundo sobre a vida e obra do artista, e não querem ficar-se apenas pela visita ao museu, o Hotel Four Seasons organiza visitas à Villa Oasis onde Bergé e Saint Laurent viveram.