Concentração, o tema desconhecido da Feira do Livro do Porto

Expositores terão uma organização diferente, o que permitirá que nenhum deles fique para lá da Capela de Carlos Alberto

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Diogo Baptista

Se passares pela Feira do Livro do Porto, que este ano decorre entre 1 e 17 de Setembro, vai notar algumas diferenças. A localização, nos jardins do Palácio de Cristal, é a mesma, mas os expositores estarão mais concentrados e, entre eles, também os alfarrabistas estarão todos na mesma zona, com mais espaço para que, quem passa, possa folhear à vontade os livros que têm para vender.

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Se passares pela Feira do Livro do Porto, que este ano decorre entre 1 e 17 de Setembro, vai notar algumas diferenças. A localização, nos jardins do Palácio de Cristal, é a mesma, mas os expositores estarão mais concentrados e, entre eles, também os alfarrabistas estarão todos na mesma zona, com mais espaço para que, quem passa, possa folhear à vontade os livros que têm para vender.

A feira não encolheu, contando este ano com 130 expositores, em vez dos 104 da primeira edição organizada pela Câmara do Porto, em 2014, mas tornou-se mais concentrada. Foi isso mesmo que explicou o administrador da Porto Lazer, Nuno Lemos, esta segunda-feira de manhã, numa intervenção na Avenida das Tílias: “Este ano decidimos que os expositores não iriam ultrapassar a Capela de Carlos Alberto”, disse. Além disso, acrescentou: “A pedido dos próprios alfarrabistas, eles vão ficar todos juntos, entre a Concha Acústica e o Lago dos Cavalinhos”.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, precisou, logo a seguir, que a organização da feira vai beneficiando com o que se aprende, “de ano para ano”, e de que a situação dos alfarrabistas é um claro exemplo disso mesmo. “Queixaram-se da falta de mesas para as pessoas poderem folhear os livros que querem comprar. Esta actividade, de facto, num sítio que não é acessível, não funciona”, disse o autarca.

Com um orçamento global de cem mil euros, a Feira do Livro tem, este ano, como figura central Sophia de Mello Breyner Andresen. Com vem sendo habitual, desde que a autarquia passou a organizar sozinha o evento, o carácter comercial da feira é extravasado em larga escala pelo programa cultural que lhe está associado e que passa por colóquios, debates, sessões de cinema, exposições e, este ano, como novidade, um conjunto de “Lições” que, segundo Guilherme Blanc, o adjunto de Rui Moreira para a Cultura, serão verdadeiras “aulas dedicadas a obras ou autores e proferidas por especialistas”.

Três delas vão decorrer na Capela de Carlos Alberto, que se junta assim aos espaços dentro do perímetro dos jardins do Palácio ocupados pela Feira do Livro. É aí que irão decorrer as Lições de Carlos Reis, sobre o Memorial do Convento (obra de José Saramago que celebra 35 anos), a 6 de Setembro; de Ana Luísa Amaral sobre Sophia de Mello Breyner Andresen (9 de Setembro); e de Clara Rowland dedicada a Carlos Drummond de Andrade 13 de Setembro).

A programação cultural criada para a Feira do Livro será complementada com a inauguração da exposição Quatro Elementos, também no dia 1, que não será alheia ao trabalho de Sophia. A parte mais visível será a intervenção de Ana Luísa Amaral, dedicada ao elemento Água e que será transversal a toda a exposição, concretizando na audição de poemas, alguns dos quais inéditos e lidos pela própria Sophia de Mello Breyner Andresen, em gravações cedidas pela família.