Academia escolhe o director de fotografia de American Gigolo como presidente

Depois de quatro anos de mandato de Cheryl Boone-Isaacs – e de dois anos de polémica sobre a diversidade –, John Bailey foi o vencedor surpresa na terça-feira.

Foto
LUCY NICHOLSON/reuters

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood escolheu o seu novo presidente – o director de fotografia John Bailey vai suceder a Cheryl Boone-Isaacs, cujos quatro anos de mandato foram marcados pela polémica #OscarsSoWhite. Depois de em 2016 não ter havido qualquer actor não branco nomeado para um Óscar (2016) quanto aquele em que um realizador negro com um filme sobre a homossexualidade e o "coming of age" de um jovem negro, Moonlight, venceu o Óscar de Melhor Filme (2017). 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood escolheu o seu novo presidente – o director de fotografia John Bailey vai suceder a Cheryl Boone-Isaacs, cujos quatro anos de mandato foram marcados pela polémica #OscarsSoWhite. Depois de em 2016 não ter havido qualquer actor não branco nomeado para um Óscar (2016) quanto aquele em que um realizador negro com um filme sobre a homossexualidade e o "coming of age" de um jovem negro, Moonlight, venceu o Óscar de Melhor Filme (2017). 

A imprensa especializada dá conta de uma vitória surpresa, por serem favoritos outros membros da Academia. O rosto mais conhecido do grande público seria o de Laura Dern, actriz, mas eram também considerados possíveis sucessores a realizadora Rory Kennedy ou o director de casting David Rubin. Mas a escolha do conselho de governadores, o órgão responsável pela eleição do presidente da Academia, foi no sentido do director de fotografia de American Gigolo, Os Amigos de Alex ou O Feitiço do Tempo.

Aos 74 anos, Bailey será assim o 36.º presidente da Academia. Herda um organismo com uma composição relativamente mudada após a polémica simbolizada pelo hashtag #OscarsSoWhite.

Desde 2015, essa sincretização de um sentimento transmitida no Twitter pela activista April Reign ajudou, com estudos e declarações públicas de membros da comunidade de Hollywood, a trazer para a esfera do grande público o debate sobre a diversidade e a paridade na indústria cinematográfica e na Academia em particular. Boone-Isaacs – o facto de ser mulher e negra desempenhou um papel no debate público e garantiu mais atenção positiva sobre a Academia nesse período tumultuoso – levou a cabo uma reorganização dos cadernos de membros da Academia, alargando o seu perfil, por um lado, e tentando "limpar" alguns membros mais antigos, por outro. 

Nessa reorganização da Academia, um dos convidados a integrá-la foi o realizador português Pedro Costa, que se juntou assim aos outros dois portugueses que integram o organismo – o director de fotografia Eduardo Serra e o perito em efeitos visuais Carlos Motta.