Sapatos cinzentos

Para “filmes de dança” haverá certamente melhores opções do que Polina.

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Para “filmes de dança” haverá certamente melhores opções

Um filme sobre o “mundo da dança” que não chega a ser sobre “a dança”. Realizado a quatro mãos por Valérie Muller e Angelin Preljocac (um conceituado coreógrafo na dança contemporânea francesa), tem a particularidade de ser baseado numa “novela gráfica” (de Bastien Vivès), de que, segundo os comentadores conhecedores da dita BD, terá retido mais a intriga do que as características visuais.

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Um filme sobre o “mundo da dança” que não chega a ser sobre “a dança”. Realizado a quatro mãos por Valérie Muller e Angelin Preljocac (um conceituado coreógrafo na dança contemporânea francesa), tem a particularidade de ser baseado numa “novela gráfica” (de Bastien Vivès), de que, segundo os comentadores conhecedores da dita BD, terá retido mais a intriga do que as características visuais.

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Intriga que é relativamente clássica: a história de uma jovem bailarina russa que, depois de aceite no austero Bolshoi, se deixa seduzir pela dança contemporânea e parte para França, trabalhar com a coreógrafa interpretada por Juliette Binoche.

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Alguns detalhes da construção da personagem (a relação com a família, por exemplo, para quem o Bolshoi é tudo, ou as dificuldades, inclusivamente materiais, com que Polina se debate em França) não obstam a que o filme seja de uma terrível moleza dramática, recheada dos clichés da bailarina abnegada, envoltos num punhado de observações maniqueístas sobre a ruptura ideológica entre “classicismo” e “modernidade”.

Surpreendentemente, desperdiça-se também a componente física e coreográfica do trabalho da dança, em cenas mornas e ilustrativas onde o bailado até pode ser bonito mas falta uma ideia forte (ou, pelo menos, criativa) para o filmar. Para “filmes de dança” haverá certamente melhores opções, e se aqui até se pode ver um bocadinho dela, de cinema vê-se muito pouco.