Passos diz que Teresa Leal Coelho não está a fazer "prova de vida" em Lisboa

Candidata assumiu que a primeira escolha para a cidade foi Santana Lopes

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Com o rio Tejo como cenário, Teresa Leal Coelho, a candidata do PSD à Câmara Municipal de Lisboa, pegou nas palavras do líder do partido, sentado à sua frente na apresentação da candidatura, e assumiu que a “tarefa” da campanha e da que virá a seguir “não é fácil”. Passos Coelho justificou a escolha: Teresa Leal Coelho “não está aqui a fazer prova de vida”.

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Com o rio Tejo como cenário, Teresa Leal Coelho, a candidata do PSD à Câmara Municipal de Lisboa, pegou nas palavras do líder do partido, sentado à sua frente na apresentação da candidatura, e assumiu que a “tarefa” da campanha e da que virá a seguir “não é fácil”. Passos Coelho justificou a escolha: Teresa Leal Coelho “não está aqui a fazer prova de vida”.

Na primeira fila do auditório da Fundação Champalimaud estavam dirigentes do partido e também o ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes. A candidata a Lisboa começou por assumir que não foi a primeira escolha e lembrou que essa seria o provedor da Santa Casa. Até se “enganou nos Pedros”, sentados lado a lado. Num tom algo justificativo, o líder do partido, amigo pessoal de Teresa Leal Coelho, disse ter convidado a deputada por saber que esta, “se aceitasse, estaria de corpo inteiro”. E que “não estaria a fazer prova de vida” mas a tentar mesmo chegar ao governo da câmara. Elogiou-lhe o “grande cosmopolismo”, o ser “extremamente genuína”,  não ser “estudada, nem trabalhada”. “Não é fingida”, disse. Admitiu que Lisboa é uma “eleição difícil”, mas que isso não é motivo para desistir.

Numa apresentação com actuações de tunas académicas – a candidata é docente universitária -, o discurso de Teresa Leal Coelho começa por salientar que o PSD é um “partido de responsabilidade” e depois faz um retrato negativo do estado a que chegou a cidade, ao fim de dez anos de executivo socialista. Chamou a atenção para o problema do envelhecimento da população, do grande número de edifícios devolutos, do estacionamento “sem alternativas” e dos transportes. Como projecto, a candidata propõe-se fazer “uma aposta forte na conciliação entre Lisboa-cidade atractiva, que capta investimento e economia, e Lisboa-serena, que oferece a quem nela vive boas condições de vida, compatíveis com os rendimentos dos portugueses”. A cidade está a afastar tanto os seus habitantes que Leal Coelho repetiu uma imagem que já tinha usado: “Um dia destes, as marchas de Alfama têm de ir ensaiar para a Trafaria”.

Um retrato idêntico da cidade foi também deixado pelo candidato à Assembleia Municipal, o ex-deputado José Eduardo Martins: Uma “sala de visitas mal-amanhada que cada vez mais tira da cidade os lisboetas, não é carne nem peixe”. Nascido numa cidade que agora está “ao Deus dará”, José Eduardo Martins, que tem sido crítico do actual líder, lembrou que foi desafiado para a candidatura pelo PSD Lisboa mas deixou um elogio a Passos Coelho, por ser “sério” num tempo de governação com “descaramento” e agradeceu-lhe pelo que dá ao país.