Coreia do Norte: estudante americano “brutalizado” tem “danos cerebrais graves”

Otto Warmbier tinha sido condenado a 15 anos de trabalhos forçados pela Coreia do Norte no ano passado, depois de ter roubado um cartaz propagandístico. Regressou aos EUA nesta terça-feira, em coma, e não responde a estímulos externos. Família não acredita na “história” da Coreia do Norte.

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O estudante norte-americano que foi libertado esta terça-feira pela Coreia do Norte apresenta “danos cerebrais graves”, possivelmente causados por uma paragem cardio-respiratória, e não responde a estímulos externos, afirmou o neurologista Daniel Kanter, durante uma conferência de imprensa da equipa médica que está a tratar Otto Warmbier. O estudante, de 22 anos, chegou aos Estados Unidos em coma e está internado no centro hospitalar da Universidade de Cincinnati.

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O estudante norte-americano que foi libertado esta terça-feira pela Coreia do Norte apresenta “danos cerebrais graves”, possivelmente causados por uma paragem cardio-respiratória, e não responde a estímulos externos, afirmou o neurologista Daniel Kanter, durante uma conferência de imprensa da equipa médica que está a tratar Otto Warmbier. O estudante, de 22 anos, chegou aos Estados Unidos em coma e está internado no centro hospitalar da Universidade de Cincinnati.

Em Março de 2016, o Supremo Tribunal norte-coreano tinha condenado Warmbier a 15 anos de trabalhos forçados por “crimes contra o Estado” da Coreia do Norte – isto é, por ter roubado um cartaz de propaganda política do hotel onde se encontrava alojado, em Pyongyang. O antigo estudante de Economia da Universidade da Virgínia ficou lá preso mais de um ano e, aparentemente, grande parte desse tempo já em estado comatoso.

Durante a conferência desta quinta-feira, os neurologistas afirmaram que não sabem quais as causas ou que circunstâncias causaram “uma perda de tecido cerebral em todas as regiões do cérebro”. Dizem que é provável que as lesões tenham surgido na sequência de uma paragem cardio-respiratória, fazendo com que o cérebro deixasse de funcionar normalmente, já que o sangue e, consequentemente, o oxigénio não chegavam ao cérebro.

Kanter garantiu que o estudante tinha chegado aos Estados Unidos bem nutrido, com a pele em boas condições e sem qualquer sinal aparente de fracturas nos ossos. Além disso, o médico afirmou que não há provas de maus tratos por parte da Coreia do Norte. Mas a informação que chegou do país é escassa. O neurologista Brandon Foreman adiantou que não havia qualquer informação sobre o tipo de tratamento dado a Otto em Pyongyang e que receberam poucos registos médicos, não tendo havido qualquer contacto directo com as autoridades norte-coreanas.

Por pedido da família, os profissionais de saúde não puderam dar informações adicionais sobre o estado do paciente, nem falar sobre a evolução do seu quadro clínico.

“Não fizeram isto por bondade”

Em declarações à parte, o pai de Otto, Fred Warmbier, disse nesta quinta-feira que o seu filho tinha sido “brutalizado e aterrorizado” pelo regime norte-coreano. Confessou ainda ter ficado em choque quando soube (há uma semana) que o seu filho estava em coma. Segundo a família, Otto está em coma desde Março de 2016, pouco tempo depois de ter sido condenado a ficar na Coreia do Norte.

Fred Warmbier referiu ainda que a sua família não acredita na história da Coreia do Norte. O registo que chegou do país era de que o coma tinha sido provocado por uma combinação de botulismo – uma doença pouco comum mas que pode ser fatal, resultante da acção de uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum – com um comprimido para dormir. O neurologista Brandon Foreman disse, durante a conferência, que não tinha encontrado qualquer sinal de que Otto sofresse, ou tivesse sofrido, de botulismo.

A KCNA, agência de notícias norte-coreana, informou que o estudante tinha sido libertado “por motivos humanitários”. Mas o pai de Otto não acredita: “Eles não fizeram isto por bondade."