Kuwait e Turquia perfilam-se para resolver crise no Golfo Pérsico

O líder do Kuwait já terá marcado encontro com o rei Salman da Arábia Saudita para procurar soluções. Erdogan também abriu os canais diplomáticos para resolver a disputa.

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Reuters/NASEEM ZEITOON

No meio da crise diplomática que se iniciou no Golfo Pérsico, com vários países árabes a cortarem as relações diplomáticas e a fecharem as fronteiras com o Qatar, o Kuwait, um dos poucos países do Golfo que se manteve fora da disputa, e a Turquia posicionam-se como mediadores para resolver a situação através do diálogo. O líder do Kuwait já tem, segundo a Reuters, uma viagem marcada para a Arábia Saudita.

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No meio da crise diplomática que se iniciou no Golfo Pérsico, com vários países árabes a cortarem as relações diplomáticas e a fecharem as fronteiras com o Qatar, o Kuwait, um dos poucos países do Golfo que se manteve fora da disputa, e a Turquia posicionam-se como mediadores para resolver a situação através do diálogo. O líder do Kuwait já tem, segundo a Reuters, uma viagem marcada para a Arábia Saudita.

A Arábia Saudita, o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos (EAU) foram aqueles que primeiro anunciaram as medidas contra o vizinho do Golfo tendo sido depois acompanhados pelo Egipto, o Governo internacionalmente reconhecido do Iémen, e que se encontra exilado, bem como a Líbia e as Maldivas, apontado como razão as ligações do Governo de Doha a grupos terroristas e ao Irão. Os primeiros encerraram mesmo as ligações aéreas, terrestres e marítimas provocando uma corrida aos supermercados no Qatar, país fortemente dependente das importações de comida.

De acordo com o que noticia a Reuters, o líder do Kuwait, o emir Sheikh Sabah Al-Ahmad Al-Jaber al-Sabah, vai viajar até Riad para se reunir com o rei Salman procurando uma resolução para o conflito. A Reuters diz ainda que o líder qatari, Tamim bin Hamad Al-Thani, já falou ao telefone com o homólogo do Kuwait, e decidiu esperar para ver o que será discutido no encontro adiando um discurso à nação marcado para esta terça-feira.

O ministro dos Negócios Estrangeiros qatari, o emir Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, revelou à televisão sedeada em Doha, a Al-Jazira, que o Qatar está disposto a oferecer ao Kuwait a capacidade de “comunicar com as partes da crise e de tentar conter o assunto”.

Também a Turquia parece estar a mover-se para procurar uma solução para a crise através da diplomacia. Citado pelo Washington Post, o porta-voz do Governo de Ancara, Ibrahim Kalin, diz que o Presidente Recep Tayyip Erdogan já falou com os líderes da Arábia Saudita, Kuwait e Qatar sobre possíveis soluções, aproveitando a vantagem de possuir boas relações com todas as partes. “O Presidente Erdogan iniciou o esforço diplomático para resolver esta disputa entre amigos e irmãos na linha do espírito do mês sagrado do Ramadão”, afirmou Kalin.

Se por um lado decorrem esforços diplomáticos para resolver um conflito que pode agravar a situação na volátil região do Médio Oriente - tendo o secretário de Estado americano apelado ao diálogo, na segunda-feira -, esta terça-feira o Presidente dos EUA publicou no Twitter uma mensagem colocando-se ao lado da Arábia Saudita nas acusações ao Qatar. "Talvez isto seja o fim do horror do extremismo", escreveu Donald Trump, dizendo que na cimeira dos países árabes em Riade, no mês passado, quando pediu aos países muçulmanos para combaterem o extremismo, todos lhe apontaram o Qatar. "... extremismo, todas as referências apontavam para o Qatar".

Quanto as efeitos práticos das sanções ao Qatar, a redacção da Al-Jazira na Arábia Saudita foi encerrada, a autoridade de aviação de Riad revogou todas as licenças detidas pela Qatar Airways no reino e ordenou o encerramento de todas as suas sucursais. Os cidadãos sauditas, dos Emirados Árabes Unidos e do Bahrein ficaram igualmente proibidos de viajarem para o Qatar.