Zé Pedro foi ao Vietname, filmou e a National Geographic gostou

Zé Pedro Abreu foi de férias para o Vietname e trouxe pedacinhos de vida numa curta-metragem. Agora, vai estar lado a lado com realizadores mundiais numa compilação da National Geographic

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Zé Pedro Abreu foi um mês de férias para o Vietname Ana Seabra Dinis

Foi no início da semana passada que Zé Pedro Abreu recebeu a boa nova: a curta que filmou no Vietname foi reconhecida pela National Geographic e, em breve, vai estar na galeria Short Film Showcase, uma compilação das melhores curtas-metragens de realizadores de todo o mundo.

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Foi no início da semana passada que Zé Pedro Abreu recebeu a boa nova: a curta que filmou no Vietname foi reconhecida pela National Geographic e, em breve, vai estar na galeria Short Film Showcase, uma compilação das melhores curtas-metragens de realizadores de todo o mundo.

O jovem lisboeta, de 32 anos, trabalha em publicidade e já produziu conteúdos para marcas como a Visa, a L'Oréal ou a Diesel. Mas este é o seu primeiro trabalho completamente independente. E independente em todos os sentidos: foi Zé Pedro quem viu, escreveu, filmou e editou A Journey Through People of Vietnam.

Fazer uma curta durante as férias com os amigos não estava nos planos. Mas, assim que o realizador pôs os pés no solo vietnamita, em Outubro do ano passado, soube que tinha de aproveitar a oportunidade. "Senti que devia fazer qualquer coisa. Não sabia o quê e como. Mas tudo à minha volta era tão rico, que agarrei na câmara e comecei a filmar. Depois, as coisas foram acontecendo e o filme foi ganhando forma lá", conta ao P3.

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Ir ao Vietname antes de se tornar um destino "hiperturístico" estava na bucket list dos amigos há algum tempo. E o momento era o ideal "para apanhar o país como ele é, mais próximo da sua realidade mais crua". Foi o que jovem quis captar. Durante um mês de viagem, longe dos pontos turísticos, filmou ruas, natureza e gente, divindindo-se entre a capital Hanói e a cidade Hoi An, declarada património mundial pela UNESCO.

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"Há uma aura presente em todo o país"

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Aberta, receptiva, simpática e tranquila. É assim que Zé Pedro descreve a gente vietnamita: "Parece que tudo aquilo por que passaram na Guerra do Vietname os abriu a quererem receber e a saber receber. Não há barreiras".

Num país com mais de 90 milhões de habitantes, uma grande maioria identifica-se com o budismo. E não foi preciso contactar com os monges para que o realizador se apercebesse disso: "Esta cultura, esta religião, é quase como se sentisses uma aura no sítio em que estás, que te absorve, mas que não interages com ela. É quase uma ligação espiritual. E essa aura sente-se na rua, sente-se no dia-a-dia". Até no vietnamita que abre o filme, sozinho numa canoa, apenas a remar: "Mesmo não sendo budista, a postura dele era como se estivesse em constante meditação".

Depois de Vietname, Zé Pedro não quer parar. O próximo destino já foi escolhido: Costa Rica. No início do próximo ano, o realizador vai, de novo, com três câmaras às costas tentar filmar o que ainda não foi visto.