Um G7 ainda à procura de uma posição comum sobre comércio livre

Donald Trump e Theresa May reafirmam compromisso de negociar acordo comercial pós-“Brexit”.

Foto
As reuniões do G7 em Taormina acabam no sábado Stephane De Sakutin/Reuters

Por mais que o anfitrião do G7 em Taormina, Paolo Gentiloni, se tenha esforçado em reafirmar que as sete potências globais continuam a ter posições comuns em relação ao comércio mundial, a declaração do primeiro-ministro italiano sobre este tópico foi vaga o suficiente para deixar tudo em aberto em relação à forma como estará plasmada a referência ao comércio livre na declaração final do encontro.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Por mais que o anfitrião do G7 em Taormina, Paolo Gentiloni, se tenha esforçado em reafirmar que as sete potências globais continuam a ter posições comuns em relação ao comércio mundial, a declaração do primeiro-ministro italiano sobre este tópico foi vaga o suficiente para deixar tudo em aberto em relação à forma como estará plasmada a referência ao comércio livre na declaração final do encontro.

Washington propôs várias alterações à versão preliminar do comunicado. E depois do desfile de líderes na Sicília, subsistiam as divisões de um upo de potências partido em dois. Nas questões económicas não parece ser diferente e o que separa os Estados Unidos continuará para além da reunião em Taormina.

Na ronda de encontros bilaterais entre líderes, o que saiu da reunião entre o Presidente norte-americano e a primeira-ministra britânica, Theresa May, foi um aperto de mãos sobre o “Brexit”. Washington e Londres reafirmaram o compromisso de aumentar o comércio entre os dois países, incluindo a negociação de um acordo de comércio depois de o Reino Unido sair da União Europeia.

Ausente de forma explícita dos discursos oficiais, mas presente nas preocupações de vários líderes, está o nível de excedente comercial da Alemanha, alvo não só de reparos internos na Europa, mas também criticada pela nova Administração norte-americana.

A Alemanha tem o maior superavit comercial do mundo (de 297 mil milhões de dólares, 8,6% do PIB alemão) e essa é uma preocupação que há muito tem motivado desconforto nos parceiros na Europa e na própria Comissão Europeia, que pedem para Berlim puxar mais pela sua procura interna de forma a dinamizar as exportações de outros países da zona euro.

As críticas de Emmanuel Macron ainda antes de ser eleito Presidente francês vieram engrossar o rol de críticas, quando defendeu um reequilíbrio mais favorável ao conjunto da zona euro. Uma posição que está longe de pôr em causa o modelo exportador alemão, que foi o alvo escolhido pelo Presidente norte-americano antes de chegar ao G7. Ao ouvir Trump falar nos “milhões de carros” vendidos aos Estados Unidos, Berlim não deixou de responder, com o porta-voz de Merkel, Georg Streiter, a insistir que os excedentes “não são nem bons nem maus”.