Valls ainda "não cumpre os requisitos" para ser candidato de Macron

O ex-primeiro ministro de François Hollande não aderiu ainda ao República em Marcha, mas também “não é forçoso que seja oportuna” a sua candidatura.

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Manuel Valls quer ser candidato de Macron às legislativas de Junho Reuters/Philippe Wojazer

O ex-primeiro ministro francês Manuel Valls anunciou na terça-feira que será candidato da maioria presidencial às eleições legislativas do próximo mês, mas o presidente da comissão nacional de investidura do movimento República em Marcha, de Emmanuel Macron, já veio dizer que nada disso é garantido.

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O ex-primeiro ministro francês Manuel Valls anunciou na terça-feira que será candidato da maioria presidencial às eleições legislativas do próximo mês, mas o presidente da comissão nacional de investidura do movimento República em Marcha, de Emmanuel Macron, já veio dizer que nada disso é garantido.

“As regras aplicam-se a todos” e, “ao dia de hoje, [Valls] não cumpre os requisitos para que seja aceite o seu pedido de investidura”, afirmou Jean-Paul Delevoye aos microfones da Europe 1, na manhã desta quarta-feira. 

O que é que lhe falta? “Ser aderente” ao movimento, disse Delevoye, adiantando que neste momento o República em Marcha “não pode analisar a sua candidatura”. Este é um facto objectivo, mas não é tudo, admitiu o responsável: “Há uma leitura política” que se impõe. Apesar de considerar admirável “a coragem política” do ex-primeiro ministro ao cortar os laços com o partido socialista francês (ao anunciar a candidatura por Macron, Valls declarou igualmente que o partido socialista francês estava “morto”), o responsável diz “que não é forçosamente oportuno para o movimento Em Marcha integrar este candidato, seja qual for o seu passado”.

É preciso “analisar as consequências políticas”, disse o responsável pelas candidaturas do movimento fundado pelo Presidente eleito francês. Admitindo que a saída de Valls do Partido Socialista e a sua adesão às hostes de Macron possa levar outros a quererem seguir-lhe o exemplo, Delevoye considerou que essa poderá não ser a melhor opção para a nova força política: “Nós não temos vocação para reciclar, temos vocação para construir uma nova oferta política cidadã”, afirmou.

Na terça-feira, depois de o antigo primeiro-ministro de François Hollande ter anunciado que seria candidato de Macron, o movimento já tinha feito saber que nada estava decidido e que já tinha sido escolhida uma candidata para o círculo de Manuel Valls, Evry (Sueste de Paris). Como todos os candidatos, Valls deveria inscrever-se no movimento, via Internet, para que fosse possível tomar uma decisão.

Hamon cria novo movimento

Esta quarta-feira, soube-se ainda que o candidato socialista às presidenciais, Benoît Hamon, vai lançar um novo movimento político no Verão. Entrevistado na France Inter, Hamon explicou que quer “reconstruir uma esquerda inventiva, capaz de ultrapassar as etiquetas da política”.