BE quer o dobro de espaços verdes públicos por habitante no Porto

João Semedo defendeu esta quinta-feira a construção de novos espaços verdes públicos em terrenos urbanos abandonados previstos na última revisão do Plano Director Municipal, em 2006.

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Manuel Roberto

João Semedo, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara do Porto, criticou esta quinta-feira o atraso na construção de novos espaços verdes públicos em terrenos urbanos abandonados.

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João Semedo, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara do Porto, criticou esta quinta-feira o atraso na construção de novos espaços verdes públicos em terrenos urbanos abandonados.

A edificação de mais áreas verdes, maioritariamente localizadas fora do centro histórico da cidade e junto a zonas de habitação, estava já prevista desde a mais recente revisão do Plano Director Municipal (PDM) em Fevereiro de 2006. No entanto, Semedo diz que o plano, que está novamente em fase de revisão, está atrasado e que há algumas áreas que ainda não tiveram “qualquer grau de execução”.

O exemplo “mais grave”, denuncia, é o do Parque da Bouça junto à estação de metro da Lapa onde actualmente continua apenas a existir um terreno descampado e onde o candidato falou com os jornalistas depois de ter reunido com a Associação de Moradores do Bairro da Lapa. O bloquista diz que há 12 anos que o parque, avaliado com o primeiro nível de prioridade na última revisão do PDM, continua com “um grau de execução de 0%”.

Semedo considera que os terrenos pertencentes à CMP e à Junta de Freguesia de Cedofeita, no estado de abandono em que estão, provocam “problemas de segurança” aos habitantes e a quem usa a estação do metro durante a noite e que “muitas vezes tem de fazer um desvio pela Boavista” para não atravessar aquele local.

Na sua opinião, estas questões poderiam ficar resolvidas “com obras simples” porque são “parques relativamente pequenos”.

O candidato criticou a existência de uma cidade “ainda a duas velocidades” e disse que tem de haver mais investimento fora da baixa portuense já que “a esmagadora maioria das pessoas vive nas outras freguesias”. Estes espaços nas zonas urbanas podem ser uma “aposta na qualidade de vida dos munícipes” e “fomentar o convívio entre moradores”.

O candidato do BE disse que a sua proposta de candidatura assenta numa “gestão camarária de proximidade” e que no tópico da construção dos espaços previstos, o seu opositor nas autárquicas de Outubro, Rui Moreira, falhou por “não ter feito exactamente o mesmo que os antecessores não fizeram".

O candidato relembra que o plano director da câmara estipulava um aumento da estrutura verde da cidade dos 156 hectares para os 388 hectares bem como uma duplicação destes espaços públicos por habitante, passando de 7 metros quadrados para 14 metros quadrados. João Semedo lamenta que mesmo estes valores ainda não alcançados estejam "distantes da capitação média das cidades europeias”, onde a média por habitante é superior a 20 metros quadrados.

Texto editado por Ana Fernandes