Macron promete trazer de volta quem votou em Le Pen

"É minha responsabilidade compreender todos. Vou lutar contra as divisões que minam a França”, garantiu o novo Presidente francês.

i-video

"É uma grande honra. Nada disto estava escrito, farei tudo para não vos deixar mal”, começou por dizer Emmanuel Macron no seu discurso de vitória deste domingo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

"É uma grande honra. Nada disto estava escrito, farei tudo para não vos deixar mal”, começou por dizer Emmanuel Macron no seu discurso de vitória deste domingo.

“Seja qual tenha sido a vossa escolha, quero falar a todos: têm sido tantas dificuldades. Esta noite quero saudar a minha adversária. Sei porque alguns escolheram votar nela, pela raiva, ansiedade, pelas dúvidas”, continua o centrista, garantindo que vai lutar para conquistar os eleitores da candidata da Frente Nacional: “É a minha responsabilidade trazer-vos de volta, protegê-los melhor, garantir a segurança do país. Há caras, mulheres, filhos, famílias cujas vidas estão em causa. É por isso que estou a falar para todos. É minha responsabilidade compreender todos. Vou lutar contra as divisões que minam a França”.

“Temos que passar esta mensagem para todos. E de defender França, a sua imagem e sua mensagem. Defenderei a França, é o nosso destino que está em causa. Defenderei a Europa, ela é a nossa civilização e a nossa maneira de sermos livres”, rematou ainda o novo Presidente francês.

No final, uma mensagem para a Europa e sobre a luta contra o terrorismo: “Farei a ligação entre nós e os cidadãos europeus, entre a Europa e os seus cidadãos. Os líderes franceses estarão a olhar para a paz, para a luta contra o aquecimento global. França estará na frente da batalha contra o terrorismo, em casa e fora”.

Depois do Eliseu, uma vitória nas legislativas

Mais tarde, no Louvre, Macron falou pela segunda vez aos apoiantes, numa declaração mais partidária, a quem pediu a mobilização pela conquista de uma maioria nas eleições legislativas de Junho.

"A tarefa à nossa frente é imensa e começa amanhã: moralizar a vida pública, a democracia, reforçar a economia, garantir que todos têm um papel. Refundar a Europa. Todos esperam que a França seja a França outra vez! A tarefa é imensa e implica que a encaremos com verdade. E começa pedindo amanhã uma maioria para a mudança - é isso que espero de vocês daqui a seis semanas", disse, aludindo à data da próxima ida a votos.

"A França ganhou esta noite. O que fizemos nestes meses não tem precedentes. Todos nos disseram que era impossível, mas não conheciam a França! Obrigado pela vossa confiança e pelos riscos que alguns de vocês tomaram. Essa confiança coloca-me uma obrigação: não vos posso deixar mal. Tenho que levar o vosso entusiasmo", disse ainda.

"Uma palavra para todos os que votaram em mim, mesmo sem acreditar nas minhas ideias. Sei que não é um cheque em branco. Mas farei tudo para defender a República. Vou pegar nos desentendimentos e serei fiel a progeter a República. Uma palavra para os que votaram em Le Pen. Eles expressaram os seus receios, que respeito, mas farei por que eles percebam que não há razões para continuarem a votar nos extremos", afirmou no Louvre.

"Vou proteger-vos de todos os tipos de ameaças. Vou respeitar cada homem e mulher, no que acreditarem. Vou reconciliar. E no fim vou servir-vos com humildade, mas com força. Em nome da liberdade, igualdade e fraternidade", terminou.