Organização do festival Fyre processada depois do fiasco

Depois do fiasco do festival de luxo , os problemas jurídicos: a organização enfrenta pedidos de indemnizações de 90 milhões de euros, por fraude e violação do contrato.

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O festival de luxo teve lugar nas Bahamas. Mas o cenário vivido não foi tão paradisíaco assim NELSON GARRIDO/ARQUIVO

O advogado Mark Geragos processou os organizadores do festival Fyre – o rapper Ja Rule e o empresário Billy McFarland – em 100 milhões de dólares, o equivalente a cerca de 91 milhões de euros. Mark Geragos está a trabalhar na qualidade de advogado do queixoso Daniel Jung, mas espera-se que mais 150 pessoas se juntem a eles para uma acção judicial colectiva por fraude, violação do contrato, abuso do princípio de boa-fé e deturpação negligente.

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O advogado Mark Geragos processou os organizadores do festival Fyre – o rapper Ja Rule e o empresário Billy McFarland – em 100 milhões de dólares, o equivalente a cerca de 91 milhões de euros. Mark Geragos está a trabalhar na qualidade de advogado do queixoso Daniel Jung, mas espera-se que mais 150 pessoas se juntem a eles para uma acção judicial colectiva por fraude, violação do contrato, abuso do princípio de boa-fé e deturpação negligente.

Aquilo que prometia ser um luxuoso festival de rock com bandas como Disclosure ou Major Lazer no paradisíaco cenário das Bahamas acabou por ter um resultado inesperado e desastroso. As pessoas que pagaram quantias avultadas para estarem presentes no festival aterraram na quinta-feira passada num cenário diferente: um acampamento sem luz e sem comida e até com a desistência de uma das bandas mais aguardadas, os Blink-182. A banda recusou-se a actuar, lamentado não poder participar num festival que não tinha a qualidade que a banda costumava oferecer aos seus fãs, de acordo com uma mensagem publicada no Twitter.

O evento aspirava a tornar-se uma referência no roteiro dos festivais musicais e promoveu-se à custa do anúncio da presença de figuras como as modelos Bella Hadid e Kendall Jenner, prometendo prolongar-se por dois fins-de-semana, numa ilha privada, e com direito a passar a noite em iates privados. No entanto, os organizadores do festival não conseguiram estar à altura dos desafios impostos pela chegada de tanta gente, falhando em termos de alimentação e albergue e acabaram por justificar o falhanço com a falta de experiência.

A acção judicial refere que a “falta de comida, água, abrigo e tratamentos médicos adequados criou uma situação perigosa e aterrorizadora perante o público – que se viu isolado numa ilha deserta sem provisões básicas – que estava perto de ser o filme Jogos da Fome”.

“A equipa estava sobrecarregada”, lê-se num comunicado divulgado na página oficial do evento. “O aeroporto estava lotado. Os autocarros não aguentavam com tanta gente. E o vento forte levou metade das tendas na manhã em que os nossos convidados iam chegar. Esta é uma experiência inaceitável e a equipa do festival Fyre assume total responsabilidade pelos acontecimentos”.