Marines investigados por partilha de imagens de militares nuas

Ataque à privacidade das militares estende-se a outros ramos das Forças Armadas.

Foto
O general Robert Neller condenou o comportamento dos militares Reuters/AARON P. BERNSTEIN

Não são apenas os marines que estão a partilhar fotografias íntimas das colegas do sexo feminino, mas todos os ramos das Forças Armadas norte-americanas. A denúncia é feita pela BBC, que dá conta de um relatório que identifica não só antigos e actuais marines a partilharem as imagens íntimas no Facebook, como membros de outros ramos da defesa. O Pentágono já condenou o comportamento, que considera “inconsistente” com os valores do Exército norte-americano. O Departamento de Defesa norte-americano já anunciou uma investigação.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Não são apenas os marines que estão a partilhar fotografias íntimas das colegas do sexo feminino, mas todos os ramos das Forças Armadas norte-americanas. A denúncia é feita pela BBC, que dá conta de um relatório que identifica não só antigos e actuais marines a partilharem as imagens íntimas no Facebook, como membros de outros ramos da defesa. O Pentágono já condenou o comportamento, que considera “inconsistente” com os valores do Exército norte-americano. O Departamento de Defesa norte-americano já anunciou uma investigação.

De acordo com o relatório, os militares utilizariam um fórum com perfis anónimos, o Anon-IB, para partilhar as imagens das colegas, muitas delas tiradas sem o seu conhecimento, violando a sua privacidade. Outras imagens teriam sido enviadas pelas militares a colegas com quem mantiveram relações, que depois as partilharam sem permissão.

O processo de partilha acontecia primeiro com as fotografias das militares vestidas, retiradas dos perfis nas redes sociais. Depois, os militares pediam a outros membros do grupo que partilhassem imagens das respectivas militares sem roupa.  Às imagens referiam-se como “wins” (tradução livre: trunfos). Os membros do grupo iam ainda mais longe e para além das imagens forneciam detalhadamente dados pessoais das vítimas, desde o nome à localização.

Robert Neller, o general que comanda os marines, considerou “embaraçosas” as revelações. "Ouço as alegações de fuzileiros navais a denegrirem as suas camaradas da Marinha e não penso que tal comportamento corresponda ao que é esperado de verdadeiros heróis e combatentes de guerra”, assinalou.

Um dos grupos no Facebook, o Marines United, com cerca de 30.000 membros foi eliminado depois de o escândalo ter vindo a público. A actividade desta página foi denunciada há uma semana pelo The War Horse, uma organização de notícias sem fins lucrativos dedicada a questões das forças armadas.

“Depois de tomar conhecimento da partilha de fotografias no site através do Business Insider, estamos a investigar este assunto com seriedade, mas não podemos ainda avançar com detalhes”, declarou a Força Aérea esta quinta-feira. Também a Comissão dos Serviços Armados do Senado já informou que se reunirá na próxima semana para discutir as recentes revelações.

Apesar de o grupo no Facebook já ter sido eliminado, persistem ainda pelo menos seis outros fóruns ainda com as imagens disponíveis, noticia a CBS, com base em depoimentos de marines.