Produtora Sexplanet recuperou investimento em dois anos

Empresa do Porto produz filmes para adultos, tendo feito um investimento inicial de 75 mil euros.

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Empresa portuguesa tem parte do mercado no estrangeiro PAULO PIMENTA

A primeira produtora de filmes para adultos do Porto, nascida em Maio de 2015, produziu sete filmes e já recuperou os 75 mil euros investidos no negócio, contou à Lusa o empresário Ricardo Duarte. A produtora Sexplanet surgiu no Porto depois uma "tentativa falhada de criar um portal ligado à indústria do sexo", explicou.

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A primeira produtora de filmes para adultos do Porto, nascida em Maio de 2015, produziu sete filmes e já recuperou os 75 mil euros investidos no negócio, contou à Lusa o empresário Ricardo Duarte. A produtora Sexplanet surgiu no Porto depois uma "tentativa falhada de criar um portal ligado à indústria do sexo", explicou.

Com "pequenas produções feitas no passado, destinadas ao mercado estrangeiro", no seu histórico, o responsável optou por fazer nascer a produtora "após uma pesquisa ao nível do marketing e a presença em feiras do sexo".

"Foi isso que nos abriu as portas, pois, em termos de logística, tínhamos no Porto tudo o que precisávamos para arrancar", disse Ricardo Duarte, explicando que a opção recaiu então pela produção de "filmes com enredo, à americana".

E acrescentou: "São filmes num modelo que já não se fazia em Portugal, ou seja, filmes com cenas de sexo e não o contrário", frisou.

Essas produções "juntam actrizes e actores estrangeiros com portugueses", explicou o presidente da produtora, que está "ainda numa fase de investimento" e para a qual o maior lucro são "as portas, a nível internacional, que começam a abrir-se".

"Já exportámos os nossos filmes para os Estados Unidos, Polónia, Alemanha, Espanha, Inglaterra e Canadá. Conseguimos recuperar os 75 mil euros de investimento inicial", revelou.

Dos sete filmes já produzidos, três foram só com actores nacionais, sendo que "em média um filme custa entre 10 e 12 mil euros, um valor que no estrangeiro é o minimamente aceitável", explicou.

"O que fazemos, para Portugal, é profissional, mas para o mercado estrangeiro é considerado amador. É um estigma, pois podemos filmar com o melhor realizador, mas se na capa surgir que é português, é considerado amador", lamentou.

Num país ainda "muito marcado pelo conservadorismo", os actores "recebem consoante as cenas que fazem", referiu Ricardo Duarte. "Os actores são, na nossa opinião, muito bem pagos. Estamos a tentar pagar o mesmo que as melhores produtoras da Europa. É um esforço que vai valer a pena a longo prazo", disse.

Questionado sobre se é possível em Portugal um actor sobreviver só a fazer filmes para adultos, o administrador esclareceu que "um actor porno português só será bem-sucedido se gravar também no estrangeiro. Nesse caso, vai ganhar muito bem".

"Recebemos candidaturas no nosso site todos os dias, na maioria de homens, entre os 23 e os 40 anos, mas (...) há muitos que não querem dar a cara e desistem", revelou.

Sendo a maioria dos actores com que a produtora trabalha "oriundos de Lisboa", Ricardo Duarte aponta para fora das fronteiras nacionais para aumentar a implantação da empresa, investindo num tipo de filme que "vai ao encontro da vida real". Nessa lógica, os locais para filmar as cenas surgem quase ao acaso, "muitas vezes a partir da sugestão de amigos, e já aconteceram numa barbearia, numa oficina, num ginásio, num restaurante ou numa sex-shop".

"Em estúdio apenas gravamos os castings", disse, referindo que a sua produtora já lançou, desde 2015, "mais de dez actores portugueses".

A Sexplanet está presente na 10.ª edição do Eros Porto - Salão Erótico do Porto, que decorre em Matosinhos entre esta quinta-feira e domingo.