Movimento Ibérico diz que visita de delegações a Almaraz é simples "cortesia"

A visita, “na ausência de imprensa e de observadores independentes”, converteu-se numa simples cortesia, “que evitará uma inspecção da central em profundidade”, afirma o MIA.

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Manifestação em Junho em Espanha pelo encerramento da central nuclear espanhol Rui Gaudêncio

A visita de delegações de Portugal e da União Europeia a decorrer nesta segunda-feira na central nuclear espanhola de Almaraz é apenas de “cortesia” e só vai evitar uma inspecção profunda, acusa o Movimento Ibérico Antinuclear (MIA).

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A visita de delegações de Portugal e da União Europeia a decorrer nesta segunda-feira na central nuclear espanhola de Almaraz é apenas de “cortesia” e só vai evitar uma inspecção profunda, acusa o Movimento Ibérico Antinuclear (MIA).

Delegações de Portugal, Espanha e Comissão Europeia estão a fazer uma visita técnica à central nuclear espanhola mais perto de Portugal, no seguimento de um acordo entre os dois países ibéricos. Um acordo depois de o Governo de Lisboa ter apresentado uma queixa em Bruxelas pela construção de um armazém de resíduos nucleares (Armazém Temporário Individualizado, ATI) em Almaraz.

Porém, a visita, “na ausência de imprensa e de observadores independentes”, converteu-se numa simples cortesia, “que evitará uma inspecção da central em profundidade”, afirma o MIA, explicando que pediu para estar presente e para a presença da imprensa, mas que a proposta “foi vetada”.

As visitas, pelas quais Portugal abdicou da queixa que tinha apresentado em Bruxelas, podem converter-se numa mera formalidade que não impedirá a construção do ATI. “A construção é a peça chave para permitir o alargamento do funcionamento de Almaraz além do fim da permissão de exploração e dos 40 anos de funcionamento”, diz o MIA.

O Movimento reafirma que o processo de autorização do ATI viola três protocolos internacionais e três directivas comunitárias, e diz que a pressa na construção do armazém levou o Governo espanhol a descurar as questões legais. E Portugal “cedeu perante as pressões”.

“Estamos perante um exercício claro para facilitar o prolongamento do funcionamento de Almaraz, uma decisão que só serve para aumentar os grandes benefícios para os seus donos”, garante o MIA no comunicado, alertando para o aumento do risco para a população e para o meio ambiente em toda a península ibérica.