"Aqueles que não respeitem os nossos valores devem sair", diz primeiro-ministro da Holanda

Mark Rutte procura obter um terceiro mandato nas eleições de Março, disputadas também pelo líder populista do Partido da Liberdade Geert Wilders.

Foto
Mark Rutte é o primeiro-ministro da Holanda desde 2010 Reuters/FRANCOIS LENOIR

O primeiro-ministro holandês Mark Rutte aconselhou todos os que critiquem os valores da Holanda, e recusem adaptar-se, a deixarem o país. Numa carta aberta publicada em jornais holandeses, a poucas semanas das eleições de 15 de Março, Mark Rutte diz que os holandeses se sentem “cada vez mais desconfortáveis” com as pessoas que "abusaram de liberdades" estando na Holanda. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O primeiro-ministro holandês Mark Rutte aconselhou todos os que critiquem os valores da Holanda, e recusem adaptar-se, a deixarem o país. Numa carta aberta publicada em jornais holandeses, a poucas semanas das eleições de 15 de Março, Mark Rutte diz que os holandeses se sentem “cada vez mais desconfortáveis” com as pessoas que "abusaram de liberdades" estando na Holanda. 

O chefe do Governo refere todos os que “assediam os homossexuais, ou assobiam às mulheres de mini-saia ou que qualificam o cidadão comum da Holanda de racista” como pessoas que não são bem-vindas no país, lê-se  na mensagem, citada pela imprensa de vários países europeus.

Mark Rutte, eleito pela primeira vez nas eleições de 2010, assume uma posição pessoal: “Quem rejeitar este país de uma forma tão fundamental, prefiro que saia.” E acrescenta que "a solução não é punir todos da mesma forma, ou insultar ou expulsar grupos” mas “tornar muito claro o que é normal e o que não é normal” na Holanda. “Temos de defender activamente os nossos valores", vincou.

Em nenhum momento, Mark Rutte menciona o seu rival nas eleições, Geert Wilders, líder do Partido da Liberdade (PVV) de extrema-direita, que já fez parte da coligação governamental, mas este rapidamente reagiu à carta aberta do primeiro-ministro acusando-o de ser “o homem das fronteiras abertas, do tsunami do asilo, da imigração em massa, da islamização, das mentiras e da decepção.”   

As eleições de Março na Holanda serão as primeiras de uma série a realizar este ano em países europeus, onde partidos populistas e anti-imigração se posicionam entre os favoritos: é, por exemplo, o caso de França, onde Marine Le Pen da Frente Nacional é uma forte candidata às eleições presidenciais. Na Holanda, Mark Rutte procura obter um terceiro mandato, lembra o britânico The Guardian. Mas apesar de lhe ser dado crédito pela saída da crise financeira de 2008 no país, a popularidade do seu Partido do Povo para a Liberdade e a Democracia ( VVD) tem vindo a ser ultrapassado nas sondagens pelo Partido da Liberdade de Wilders.