Investigadores identificam proteínas envolvidas na infecção pelo vírus Zika

Uma das proteínas facilita a entrada do vírus e a outra tem um papel de “mediadora” entre as células.

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O vírus é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti Reuters/DANIEL BECERRIL

Investigadores anunciaram esta terça-feira ter identificado duas proteínas que desempenham um papel fundamental na infecção das células do sistema nervoso pelo vírus Zika, o que permite um melhor entendimento dos mecanismos da doença. Uma equipa de investigadores do Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica (INSERM) de França explicou que a proteína AXL, produzida pelas células do sistema nervoso chamadas "células da glia", "facilita a entrada do vírus Zika no cérebro". Já uma segunda proteína, Gas6, tem um papel de "mediadora" entre as partículas virais e as células da glia, o que permite a entrada do vírus nessas células.

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Investigadores anunciaram esta terça-feira ter identificado duas proteínas que desempenham um papel fundamental na infecção das células do sistema nervoso pelo vírus Zika, o que permite um melhor entendimento dos mecanismos da doença. Uma equipa de investigadores do Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica (INSERM) de França explicou que a proteína AXL, produzida pelas células do sistema nervoso chamadas "células da glia", "facilita a entrada do vírus Zika no cérebro". Já uma segunda proteína, Gas6, tem um papel de "mediadora" entre as partículas virais e as células da glia, o que permite a entrada do vírus nessas células.

As células da glia têm um papel essencial no sistema nervoso, assegurando a manutenção do equilíbrio de neurónios e a produção de mielina, que protege as fibras nervosas. Para além disso, de acordo com os investigadores, num documento publicado esta terça-feira, a activação da proteína AXL diminui a resposta imunitária contra o vírus Zika, o que torna os indivíduos mais propensos a infecção.

A infecção pelo vírus Zika é transmitida pela picada de um mosquito (Aedes aegypti) ou por via sexual. Em alguns casos pode ser responsável por doenças neurológicas e microcefalias fetais congénitas. Os resultados do estudo publicados nesta terça-feira são "um passo importante na compreensão das complicações neurológicas da infecção", segundo os investigadores.

Segundo um balanço da OMS de Outubro do ano passado, 73 países já foram afectados pelo vírus desde 2015, sobretudo na América Latina e nas Caraíbas, onde foram registados 21 casos de microcefalia alegadamente provocados pelo vírus Zika. De acordo com a OMS o vírus (que pode provocar sintomas como febre ligeira, erupções cutâneas, conjuntivite, dores nas articulações, mal-estar ou dor de cabeça) foi pela primeira vez identificado em macacos no Uganda em 1947; em 1952 registou-se em humanos, no Uganda e na Tanzânia. O primeiro grande surto do vírus foi notificado em 2007 na ilha de Yap, na Micronésia.