Duterte quer pena de morte de volta com quota diária de execuções

Presidente das Filipinas quer restabelecer pena capital no país e propõe-se a "aplicá-la todos os dias a cinco ou seis criminosos".

Foto
AFP/MANMAN DEJETO

Rodrigo Duterte quer restabelecer a pena de morte nas Filipinas e passar a executar “cinco ou seis” criminosos por dia. A proposta do Presidente filipino gerou revolta e indignação entre os responsáveis católicos e diversas organizações não-governamentais do país.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Rodrigo Duterte quer restabelecer a pena de morte nas Filipinas e passar a executar “cinco ou seis” criminosos por dia. A proposta do Presidente filipino gerou revolta e indignação entre os responsáveis católicos e diversas organizações não-governamentais do país.

O chefe de Estado tem sido alvo de muitas críticas pela sua sangrenta campanha contra o tráfico de droga e a sua “guerra contra o crime”, que já vitimou mortalmente mais de 5300 pessoas desde que chegou ao poder no final de Junho.

“Houve pena de morte anteriormente, mas nada aconteceu”, afirmou Duterte este sábado. “Dêem-ma e eu vou aplicá-la todos os dias a cinco ou seis criminosos”, concluiu.

“As Filipinas passariam a ser consideradas um país bárbaro. As Filipinas tornar-se-iam a capital mundial da pena de morte”, afirmou à AFP Jerome Secillano, da Conferência dos Bispos Católicos filipinos.

A Igreja tem especial influência no país, cuja população é 80% católica. Foram, aliás, pressões da Igreja Católica que levaram à abolição da pena de morte nas Filipinas, em 2006.

Duterte venceu as eleições presidenciais em Maio, depois de uma campanha de segurança em que prometeu abater dezenas de milhares de traficantes de droga. Sobre esta última proposta, o alto comissário para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Ra’ad Zeid al Hussein, afirmou que as Filipinas violariam as suas obrigações internacionais se a pena de morte fosse restabelecida.

“Colocar uma quota para as execuções é demais”, realçou à AFP o vice-presidente da Amnistia Internacional nas Filipinas, Romeo Cabarde. “Isto é demais, porque estamos a falar de vidas humanas”, explicou.