PS avisa que gestores da Caixa têm de sair se não entregarem declarações no TC

Carlos César, líder do parlamentar dos socialistas, voltou a abordar o assunto.

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Enric Vives-Rubio

O presidente do PS assumiu neste domingo que a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem de sair caso não cumpra o prazo para a entrega das declarações de património e de rendimentos no Tribunal Constitucional (TC).

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O presidente do PS assumiu neste domingo que a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem de sair caso não cumpra o prazo para a entrega das declarações de património e de rendimentos no Tribunal Constitucional (TC).

Esta posição foi assumida por Carlos César em declarações aos jornalistas, após ter sido recebido na Câmara Municipal de Seia pelo presidente da autarquia, Filipe Camelo, no primeiro ponto do programa de três dias de Jornadas Parlamentares do PS no distrito da Guarda.

"O Tribunal Constitucional já notificou os administradores da CGD no sentido de que devem entregar [as declarações de património e de rendimentos]. Por isso, a questão é muito simples: Se no prazo adequado os administradores da Caixa o fizerem, está tudo bem; se não o fizerem, não devem continuar como administradores da CGD", declarou o líder da bancada socialista.

Questionado pelos jornalistas sobre a demora na resolução da questão entre os administradores da CGD e o Tribunal Constitucional e se o Governo terá feito algum acordo por escrito que dispensaria esses administradores de entregarem as respetivas declarações de rendimentos e de património, Calos César defendeu que o tema "tem um princípio e um desfecho muito claros".

"O primeiro-ministro [António Costa] já disse que não havia nenhum acordo respeitante às questões das declarações de rendimentos, o ministro das Finanças [Mário Centeno] disse o mesmo, o Presidente da República já deu conta do seu entendimento que essas declarações deveriam ser entregues e o Tribunal Constitucional já notificou os administradores da CGD", referiu.

Por isso, de acordo com Carlos César, a questão "é muito simples: Se no prazo adequado os administradores da CGD o fizerem, está tudo muito bem; se não o fizerem, não devem continuar como administradores da CGD".

Sobre a existência de um memorando escrito, no qual o Governo terá dispensado os administradores da entrega de declarações de rendimentos e de património, o presidente do Grupo Parlamentar do PS considerou que já respondera a essa questão.

Diabinho Passos

Dirigindo-se a Pedro Passos Coelho, César acusou-o de ser "um diabinho", considerando que lidera um partido "desorientado" e que não suporta que as coisas estejam "a correr bem" ao país.

Carlos César reagia às duras críticas feitas pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, à "falta de pudor" do Governo, tanto no que respeita ao modo como conduziu o processo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), como em relação à decisão de apenas avançar com o aumento extraordinário das pensões em agosto, pouco antes das eleições autárquicas.

"O líder da oposição é um diabinho e não me parece que seja a pessoa adequada para falar de pudor. Penso que na oposição há uma desorientação evidente, em particular no PSD, porque não se suporta a ideia de que as coisas estejam a correr bem no país", reagiu o líder da bancada socialista.

Numa alusão à questão da Caixa Geral de Depósitos, Carlos César disse que o PSD "está agora ancorado em aspetos que julga estarem a correr mal".

Já sobre o tema do aumento extraordinário das pensões numa data próximas das eleições autárquicas de 2017 (o sufrágio não está ainda agendado, mas realizou-se sempre depois do Verão), o presidente do grupo parlamentar do PS considerou "extraordinária" a posição atual dos sociais-democratas.

"O PSD, que andou durante estes meses a dizer que a Segurança Social estava à beira da falência, agora entende que deve haver aumentos todo o ano e que esses aumentos sejam ainda maiores do que aqueles que o Governo propôs", declarou Carlos César.

O presidente do PS defendeu depois que o seu partido "não governa nem por causa do presidente do PSD, nem para o presidente do PSD".

"O PS tem acordos firmados com partidos que apoiaram a investidura deste Governo [Bloco de Esquerda, PCP e PEV]. Temos uma política orçamental que tem sido definida em diálogo e em concertação com esses partidos. É nesse caminho que prosseguiremos", acrescentou o líder da bancada socialista.