França começa a desmantelar “Selva” de Calais na segunda-feira

Autoridades esperam que operação no campo, onde estão cerca de 6500 pessoas, demore cerca de uma semana.

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Polícias PASCAL ROSSIGNOL/Reuters

A operação para desmantelar o campo conhecido como a “Selva” na cidade francesa de Calais irá começar na segunda-feira, disse um responsável do ministério do Interior.

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A operação para desmantelar o campo conhecido como a “Selva” na cidade francesa de Calais irá começar na segunda-feira, disse um responsável do ministério do Interior.

 A polícia começou já a pôr avisos perto do campo, e serão ainda distribuídos folhetos explicando que o campo está prestes a fechar e dando conta das duas opções para os refugiados: pedir asilo em França ou regressar ao seu país de origem.

Estes refugiados e migrantes concentram-se em Calais para tentar chegar ao Reino Unido e lá pedir asilo ou trabalhar, porque têm família, conhecem a língua, ou pensam que é mais fácil trabalhar mesmo sem estatuto legal.

Segundo este plano, os migrantes e refugiados deverão apresentar-se num hangar em que serão separados em famílias, adultos, menores não acompanhados e indivíduos vulneráveis, incluindo idosos e mulheres solteiras. Vão ser então levados de autocarro para um dos 450 centros de recepção espalhados pelo país em que farão check-ups médicos e decidirão se se candidatam a asilo. 

Num briefing a jornalistas, o responsável do Ministério do Interior disse esperar que o campo fique vazio dentro de uma semana. “É uma operação que acarreta algum risco”, declarou. Cerca de 1250 polícias vão supervisionar a operação e quem recusar mudar-se poderá ser preso, avisou.

Em Calais juntam-se pessoas de várias nacionalidades – da Síria, Afeganistão, Eritreia – em tendas, barracões, num improviso sem condições de higiene. Numa visita em que anunciou o planeado encerramento do campo o Presidente francês, François Hollande, disse que a situação actual era “inaceitável”.

Calais é um ponto amargo nas relações entre França e o Reino Unido. Alain Jupée, um dos principais candidatos da direita às presidenciais francesas, disse esta sexta-feira que a fronteira (e com ela os migrantes e refugiados) deveria passar para território do Reino Unido.