Obama anuncia detenção de suspeito do atentado de sábado em Nova Iorque

Ahmad Khan Rahami, de 28 anos, tem ascendência afegã. Foi detido em Nova Jérsia.

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O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou a detenção do indivíduo que estava a ser procurado pelas autoridades por causa dos ataques bombistas em Nova Iorque e Nova Jérsia, no fim-de-semana.

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O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou a detenção do indivíduo que estava a ser procurado pelas autoridades por causa dos ataques bombistas em Nova Iorque e Nova Jérsia, no fim-de-semana.

O homem foi identificado como Ahmad Khan Rahami, de 28 anos, um afegão naturalizado americano, residente em Elizabeth, em Nova Jérsia, perto de Nova Iorque.

Rahami é suspeito da explosão que no sábado à noite feriu 29 pessoas no bairro de Chelsea, em Manhattan, e pela bomba artesanal colocada no percurso de uma corrida organizada a favor dos fuzileiros (marines) americanos no sábado de manhã, em Seaside Park (Nova Jérsia), que acabou por ser adiada, apesar de a explosão não ter provocado vítimas.

Durante o fim-de-semana foram encontrados outros engenhos explosivos que não deflagraram: um deles próximo do local da explosão de Chelsea, e semelhante a esse, e outros também em Nova Jérsia, um dos quais perto de uma das gares do aeroporto de Newark, situada perto de Elizabeth.

A polícia divulgou a fotografia do suspeito e afirmou que o homem poderia “estar armado e ser perigoso”, apelando à população que fornecesse qualquer informação que pudesse ajudar nas buscas. Segundo as cadeias CNN e NBC, Rahami terá sido detido em Linden, Nova Jérsia. Houve uma troca de tiros entre o suspeito e a polícia, que provocou ferimentos em dois agentes. Imagens divulgadas em redes sociais após a detenção mostram Rahami numa maca, com marcas de sangue num ombro.

Segundo a Reuters, os investigadores acreditam que Rahami não terá agido sozinho. Mas por enquanto as autoridades não avançaram mais informações sobre outros suspeitos. A casa de Ahmad Rahani, que fica por cima de um negócio de fast-food detido pela sua família desde 2002, foi alvo de busca do FBI esta manhã.

Na sua breve declaração sobre o caso, o Presidente norte-americano recusou entrar em pormenores sobre a investigação – que garantiu está a progredir "muito rapidamente" – que terá à sua disposição todos os meios federais necessários, assegurou.

Entretanto, Barack Obama disse não existir por enquanto qualquer ligação entre as explosões em Nova Iorque e um ataque no estado do Minnesota, no sábado: um estudante de origem somali atacou nove pessoas num centro comercial, com uma arma branca, antes de ser abatido. O ataque foi reivindicado no dia seguinte pelo grupo Estado Islâmico – a única reivindicação feita até agora pelos acontecimentos do fim-de-semana.

As informações tornavam cada vez mais credível a tese de atentados múltiplos ou acções jihadistas concertadas em território norte-americano desde 2001. “É provavelmente o primeiro ataque terrorista de envergadura desde o 11 de Setembro”, que fez cerca de 3000 mortos, cujo 15º aniversário foi comemorado há oito dias, comentou à NBC o antigo chefe da polícia Bill Bratton.

Apesar de afastar a ligação entre os dois ataques, o Presidente confirmou que o ataque do Minnesota está a ser investigado como um "potencial acto de terrorismo" e garantiu que nenhum grupo extremista, nomeadamente o Estado Islâmico, conseguirá ter sucesso nos Estados Unidos.

Tal como alguns países europeus, os Estados Unidos enfrentaram nos últimos meses vários atentados violentos perpetrados por muçulmanos radicais: em Orlando, em Junho (49 mortos, num ataque reivindicado pelo EI) e San Bernardino em Dezembro (14 mortos, num atentado que foi saudado mas não reivindicado pelo EI).

Apesar de nenhuma das explosões de Nova Iorque e Nova Jérsia ter provocado mortos, os incidentes vêm alimentar o medo de atentados e colocar a segurança no centro da corrida presidencial entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump. O magnata não hesitou esta segunda-feira em prever novos ataques, criticando uma política que abriu portas a “dezenas e milhares” de migrantes e apelando a maior severidade.

Clinton condenou também “os ataques aparentemente terroristas do Minnesota, de Nova Jérsia e de Nova Iorque”. E aproveitou para lembrar que preparou um plano completo para “vencer o Estado Islâmico e os outros grupos terroristas”.

O dispositivo de segurança, já habitualmente considerável em Nova Iorque, foi reforçado ainda mais, numa altura em que a cidade acolhe a reunião anual da Assembleia Geral da ONU, onde dezenas de chefes de Estado e de Governo estarão presentes, incluindo Barack Obama (e o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa).