“Era uma mulher excepcional”

Depoimento de Maria Teresa Horta sobre Maria Isabel Barreno, que morreu neste sábado aos 77 anos.

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Maria Teresa Horta (à esquerda) e Maria Isabel Barreno (à direita), em 2010 Daniel Rocha

“Nesta altura, que é uma altura de uma grande depressão e de um choque muito grande, o que posso dizer é isto: ela era uma mulher excepcional, inteligentíssima, muito culta e muito leal, e que tem uma obra muito importante – A Morte da Mãe – que acho que devia ser reeditada rapidamente, já deveria ter sido há muito tempo

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“Nesta altura, que é uma altura de uma grande depressão e de um choque muito grande, o que posso dizer é isto: ela era uma mulher excepcional, inteligentíssima, muito culta e muito leal, e que tem uma obra muito importante – A Morte da Mãe – que acho que devia ser reeditada rapidamente, já deveria ter sido há muito tempo

E era minha amiga do coração, minha irmã.

[Não sou] capaz de dar uma opinião distanciada em relação à Isabel. Eu escrevi com a Isabel e com a Maria Velho da Costa, escrevemos as três as Novas Cartas Portuguesas no tempo do fascismo, e isso agarrou-nos muito, foi uma coisa excepcional.

Não tenho um senão em relação à Isabel. E foram muitos anos desde que nos encontrámos a primeira vez e que eu lhe fiz uma entrevista para o jornal A Capital, para o suplemento literário, que era coordenado por mim.

Não é só um escritor, é um escritor com quem eu escrevi, e uma pessoa quando escreve com alguém é para sempre, é eterno, não há nada a fazer. A nossa eternidade é que, pelos vistos, como se vê pela Isabel, é muito curta.”