Ataque em tribunal no Paquistão faz 12 mortos e 30 feridos

Outro ataque contra um bairro cristão foi travado a tempo. Governo paquistanês diz que extremistas "estão a dar sinais de frustração ao atacarem alvos fáceis".

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A explosão de duas bombas matou pelo menos 12 pessoas e feriu outras 20 às portas de um tribunal no Noroeste do Paquistão, horas depois de uma facção dos taliban paquistaneses terem atacado um bairro de maioria cristã na mesma região.

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A explosão de duas bombas matou pelo menos 12 pessoas e feriu outras 20 às portas de um tribunal no Noroeste do Paquistão, horas depois de uma facção dos taliban paquistaneses terem atacado um bairro de maioria cristã na mesma região.

Os corpos de advogados, polícias e civis foram retirados dos escombros, disse à agência Reuters o responsável pelas operações de resgate, Haris Habib, na cidade de Mardan, província de Khyber Pakhtunkhwa, a cerca de 150 quilómetros de Islamabad.

“Primeiro houve uma pequena explosão e logo a seguir foi registada uma enorme explosão”, disse Habib. As explosões foram provocadas por bombistas-suicidas.

Mais de 20 pessoas foram mortas num ataque, em Dezembro do ano passado, num gabinete do Governo em Mardan, que viria a ser reivindicado pelo Jamaat-ur-Ahrar, um grupo que se separou dos taliban paquistaneses.

O ataque desta sexta-feira ainda não foi reivindicado, mas o primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, disse que as explosões “não vão quebrar” a “determinação” do seu Governo na “guerra contra o terrorismo”. “Estes indivíduos cada vez menos numerosos estão a dar sinais de frustração ao atacarem alvos fáceis. Não encontrarão lugar no Paquistão para se esconderem”, disse Sharif.

A segurança no Paquistão tem melhorado nos últimos anos, mas grupos islamistas continuam a cometer ataques em larga escala. Mais de 70 pessoas, a maioria advogados, foram mortos no mês passado num atentado suicida na cidade de Quetta, no Sudoeste do país. O ataque foi reivindicado pelo Jamaat-ur-Ahrar e pelo autoproclamado Estado Islâmico.

Também esta sexta-feira, antes do ataque em Mardan, quatro atiradores vestidos com coletes com explosivos atacaram um bairro de maioria cristã na região tribal de Khyber, também no Noroeste do Paquistão. Neste ataque – já reivindicado pelo Jamaat-ur-Ahrar – foram mortos pelo menos um segurança e um civil, avança a agência Reuters.

O Jamaat-ur-Ahrar declarou fidelidade ao Estado Islâmico durante um breve período de tempo, em 2014, mas anunciou recentemente que já não mantém qualquer ligação ao outro grupo islamista. Esta facção dissidente dos taliban paquistaneses foi responsável pelo ataque contra cristãos no dia de Páscoa, num parque da cidade de Lahore, que fez 72 mortos, incluindo pelo menos 29 crianças.

Os militantes do Jamaat-ur-Ahrar mataram a tiro um segurança quando tentavam entrar numa zona residencial menos protegida, segundo os responsáveis ouvidos pela Reuters. O ataque que estava planeado não foi executado porque a polícia matou os atacantes durante a troca de tiros que se seguiu.