Hollande escusa-se a comentar sanções a Portugal em Belém

Visita a Lisboa acontece depois do ataque terrorista de Nice e as acusações da oposição ao executivo de Paris.

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O Presidente de França, François Holland, escusou-se a comentar esta terça-feira eventuais sanções da União Europeia (UE) a Portugal. No final de um almoço em Lisboa com o Presidente da República, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República, Hollande concentrou o seu interesse em responder à opinião pública gaulesa que considera que o seu Governo é ineficaz na luta contra o terrorismo.

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O Presidente de França, François Holland, escusou-se a comentar esta terça-feira eventuais sanções da União Europeia (UE) a Portugal. No final de um almoço em Lisboa com o Presidente da República, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República, Hollande concentrou o seu interesse em responder à opinião pública gaulesa que considera que o seu Governo é ineficaz na luta contra o terrorismo.

“Há uma ameaça a vários países do mundo, a França simboliza igualdade, a democracia, se os terroristas nos atacam é porque sabem o que a França representa”, disse Hollande numa curta conferência de imprensa no Palácio de Belém. “É meu dever proteger os franceses”, prosseguiu e, dirigindo-se a Marcelo, continuou: “Proteger os europeus é a nossa obrigação”.

Apesar de ter sido relembrado ao Presidente francês que a visita a Lisboa se insere num périplo por várias capitais europeias tendo em vista a realização em Setembro de uma cimeira em Bratislava, Eslováquia, sob o lema de uma nova Europa, François Hollande foi habilidoso. “A cimeira é para tratar destes assuntos, Portugal sabe que a democracia se defende e que a Europa é um destino comum”, respondeu.

Foi, assim, centrado em temas escaldantes da política interna do seu país, nomeadamente o combate ao terrorismo, que Hollande passou esta terça-feira pela capital portuguesa.  “Temos de estar unidos e termos a compreensão de que os terroristas nos querem separar”, enfatizou num discurso dirigido à politica interna.

Quando perguntado se era preciso densificar as medidas do estado de emergência, questão que a Assembleia nacional francesa analisa esta terça-feira, François Hollande admitiu, sem especificar, novas medidas desde que, disse, “não sejam casuísticas e contrárias à nossa forma de vida”. E concluiu: “Proteger sim, mas no respeito da ordem constitucional”.

Já em São Bento, após uma breve reunião com António Costa, o Presidente francês acedeu a voltar a falar das sanções. O povo português já fez "enormes esforços e sacrificios", pelo que seria injusto a UE aplicar sanções a Portugal. “Precisamos de regras comuns mas também precisamos de flexibilidade e Portugal já desenvolveu enormes esforços e sacrifícios”, disse Hollande.